Durante uma conversa com a imprensa em Pequim, após o Fórum CELAC-China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a importância do diálogo e da diplomacia na resolução de conflitos globais, e elogiou a proposta de paz do presidente russo Vladimir Putin.
Além disso, o presidente brasileiro expressou sua alegria ao mencionar sua visita à Rússia, onde participou das comemorações dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial.
Lula revelou que teve a "petulância" de ligar para Putin, pedindo que ele "interrompesse a guerra e retornasse ao caminho político", enfatizando a necessidade de um debate mais construtivo diante do crescimento da extrema-direita radicalizada em várias partes do mundo.
O presidente manifestou otimismo em relação à proposta de paz apresentada por Putin e reiterou que a diplomacia deve ser uma prioridade para os chefes de Estado, enfatizando que o diálogo é sempre preferível à violência. "Gastem todas as palavras que existirem nos seus dicionários que falam de acordo e conversa, que vale muito mais do que um tiro", afirmou, expressando sua satisfação com os avanços nas discussões de paz.
Lula também mencionou a iniciativa de paz sino-brasileira, que visa criar um grupo de amigos composto por 13 países emergentes. Este grupo estaria disponível para facilitar discussões sobre a paz, ressaltando que apenas as partes envolvidas no conflito poderiam encontrar uma solução duradoura.
A proposta de Putin para reiniciar as negociações
A proposta para reabrir as negociações veio do próprio Putin, que sugeriu retomar o diálogo no dia 15 de maio, sem exigências prévias. O presidente russo reafirmou que Moscou nunca abandonou o processo diplomático — ao contrário de Kiev, que se retirou das tratativas em 2022.
Após a conversa com Putin, Erdogan declarou estar pronto para sediar as conversas. “A Turquia está disposta a receber negociações que levem a uma solução duradoura”, informou o gabinete do presidente turco.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou que está avaliando viajar a Istambul para acompanhar de perto o encontro entre representantes russos e ucranianos.
A proposta sino-brasileira para a paz
No final de maio do ano passado, no contexto da visita de Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula da Silva à Pequim, o Brasil e a China adotaram uma declaração conjunta traçando um caminho para o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
O documento postula as negociações como a única solução viável para a crise ucraniana, e defende a realização de uma conferência internacional de paz "reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia". Esse ponto mostra-se especialmente relevante diante da exclusão da Rússia da primeira "cúpula de paz", que foi realizada na Suíça sem a presença de representantes de Moscou para satisfazer as exigências do regime ucraniano.
Ao longo do texto, Brasília e Pequim também conclamam para que todos os países envolvidos sigam os três princípios indicados para diminuir a escalada da situação: não expandir a área de hostilidades, não intensificar os combates e evitar provocações.