Durante o primeiro dia do julgamento de Sean Combs, conhecido como P. Diddy, vieram à tona novos detalhes sobre festas organizadas pelo rapper nas quais mulheres teriam sido forçadas a participar de práticas sexuais sob efeito de drogas. A audiência ocorreu na segunda-feira (12), na corte federal de Manhattan, em Nova York.
Relato de 'acompanhante' expõe rotina de abusos
Um dos depoimentos mais contundentes foi o de Daniel Phillip, acompanhante profissional contratado para participar dos encontros promovidos por Combs, segundo o New York Post. Disse ainda que não recebia pagamento se não satisfizesse os desejos do artista.
Em um episódio ocorrido em 2012, no Hotel Gramercy Park, em Nova York, Phillip contou que Combs o observava enquanto se masturbava, usando um roupão branco, boné e uma bandana no rosto. O quarto, segundo ele, estava abastecido com frascos de óleo para bebês. "Nós dissemos que precisávamos colocar mais. Que não era suficiente", afirmou.
Cassie Ventura é citada em episódios de violência
Phillip relatou também ter sido instruído a urinar sobre a cantora Cassie Ventura, então namorada do rapper. "Ela me perguntou se eu já tinha feito aquilo antes. Disse que não. Ela pediu que eu fizesse e, aparentemente, estava fazendo errado, porque ambos me interromperam e disseram que eu precisava deixar um pouco", contou.
A promotoria informou que Ventura e outra ex-namorada, identificada apenas como "Jane", devem prestar depoimento. Segundo a acusação, ambas relatarão episódios em que foram drogadas e forçadas a se fantasiar para satisfazer as fantasias sexuais de Combs. “Elas contarão algumas das experiências mais dolorosas de suas vidas”, afirmou a promotora.
Agressões e comportamento violento
Phillip descreveu ainda um episódio de violência doméstica envolvendo Cassie Ventura. Segundo ele, Combs teria atirado uma garrafa contra a parede e arrastado a ex-companheira pelos cabelos até o quarto, onde ela gritava. “Podia ouvir o que soava como tapas”, disse.
A promotoria destacou que Combs, 55, costumava se referir a si mesmo como "o rei" e esperava ser tratado como tal, impondo "demandas impossíveis".
O rapper nega todas as acusações. O julgamento segue em andamento em Nova York.