O Brasil e a Rússia planejam ampliar a cooperação na área de mineração de urânio e no desenvolvimento de tecnologias voltadas a pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês). A informação foi dada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após participar de um seminário realizado em Pequim, no dia 12 de maio.
Segundo ele, os SMRs representam uma alternativa promissora para atender à demanda do setor brasileiro de energia.
"Até o momento, as conversas sobre a mineração conjunta de urânio e lítio entre o governo brasileiro e a empresa russa Tenex (subsidiária da estatal Rosatom) ainda estão em estágio inicial, mas já têm caráter estratégico. É um passo firme e essencial", afirmou o ministro.
Silveira também destacou que a Rosatom é a única empresa do mundo que já opera esses reatores comercialmente. Ele acrescentou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já determinou à estatal que acelere a formalização da parceria com o governo brasileiro.
O ministro disse ainda que o Brasil tem interesse em conhecer mais de perto a experiência russa com reciclagem de resíduos nucleares.
"É importante ressaltar que, inclusive, a tecnologia hoje, por parte da Rússia — e da China também — é tão avançada que até os resíduos são reaproveitados", afirmou o ministro. Para ele, aprender com esse modelo será "fundamental" para o avanço do setor de energia nuclear no país.
Silveira defendeu ainda a substituição de usinas térmicas a óleo por unidades nucleares, especialmente em regiões mais remotas do Brasil. A mudança, argumenta, facilitaria a logística de combustível, aumentaria a segurança e permitiria a geração de energia limpa, sem emissão de poluentes.
Segundo o ministro, como potência emergente na economia verde, o Brasil vem assumindo um papel cada vez mais relevante no cenário internacional.