A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou nesta segunda-feira (12) que o Ocidente defende uma trégua de 30 dias entre Rússia e Ucrânia para permitir que o regime de Kiev recupere forças e retome as hostilidades.
Segundo Zakharova, "foram Berlim e Paris que ajudaram Kiev a se preparar para esta guerra". Ela mencionou declarações de 2022, quando a então chanceler alemã Angela Merkel, e o então presidente francês François Hollande, admitiram que os Acordos de Minsk não tinham intenção de serem cumpridos, mas que sua única função era "ganhar tempo e preparar a Ucrânia para resolver o 'problema do Donbass' pela força".
"Hoje, esses mesmos países buscam um cessar-fogo de 30 dias para dar a Kiev um respiro para restaurar seu potencial militar e continuar a confrontação com a Rússia", declarou Zakharova.
As declarações ocorreram após a divulgação de um comunicado conjunto dos líderes da França, Alemanha, Polônia, Reino Unido e do governo de Kiev, publicado nas redes sociais por Vladimir Zelensky.
O texto afirma que "a partir de segunda-feira, 12 de maio, deveria haver um cessar-fogo completo e incondicional durante ao menos 30 dias. Concordaram que uma cessação do fogo incondicional, por definição, não poderia ser limitada sob nenhuma condição".
Ainda segundo o documento, caso Moscou rejeite a proposta, "deveriam ser aplicadas sanções mais severas aos seus setores bancário e energético".
- Em meados de março, o presidente russo, Vladimir Putin, havia afirmado que a Rússia concorda com uma trégua, mas que ela deve resultar em uma paz duradoura e tratar as causas profundas da crise ucraniana.
- Ele também questionou a real finalidade da pausa: "Como se usarão esses 30 dias? Para que continue esta mobilização forçada na Ucrânia? Para que se possam fornecer armas? Para que os soldados sejam treinados? Ou nenhuma dessas coisas será feita? Então surge a pergunta: […] como nos garantirão que nenhuma dessas coisas ocorrerá?".