EUA impõem novas sanções ao Irã após rodada de negociações sobre programa nuclear

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (12) a imposição de novas sanções contra o Irã, logo após uma nova rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano.

A medida foi comunicada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, por meio de sua conta oficial na rede X (antigo Twitter).

"Hoje, sancionamos os cidadãos iranianos que contribuem para a pesquisa e o desenvolvimento de armas nucleares", escreveu Rubio, indicando que as sanções miram cidadãos iranianos envolvidos com pesquisa e desenvolvimento relacionados a armamentos nucleares.

Nesse sentido, Rubio explicou que as ações fazem parte do apelo do presidente Donald Trump para "exercer pressão máxima contra as atividades de proliferação do Irã e garantir que Teerã nunca possa obter uma arma nuclear".

O episódio ocorre em meio a tensões contínuas entre os dois países e remete ao histórico de acordos e rupturas em torno do programa nuclear iraniano.

Nova rodada de negociações

As novas sanções foram impostas um dia depois que a quarta rodada de negociações indiretas sobre o programa nuclear de Teerã foi realizada em Omã, que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, descreveu como "difícil, mas útil".

"Estamos animados com o resultado de hoje e esperamos ansiosamente por nossa próxima reunião, que será realizada em breve", disse à CNBC uma autoridade americana não identificada.

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Por sua vez, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian disse que as negociações mostram um compromisso com a paz e a busca de um acordo, mas deixou claro que Teerã não está disposto a abandonar suas instalações nucleares, conforme exigido por sua contraparte.

"Negociamos porque queremos a paz. É claro que a discussão sobre o abandono de todas as instalações nucleares do Irã é inaceitável para nós", disse Pezeshkian em uma reunião do gabinete no domingo.

Em 2015, o Irã, o grupo P5+1, formado por Reino Unido, China, França, Rússia, Estados Unidos e Alemanha, e a União Europeia assinaram o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês).

O acordo previa o levantamento de diversas sanções impostas à República Islâmica, em troca do compromisso iraniano de não desenvolver nem adquirir armas nucleares.

No entanto, em 2018, durante o primeiro mandato do então presidente Donald Trump, os Estados Unidos se retiraram unilateralmente do acordo.

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Washington não apenas reinstaurou as sanções suspensas, como também impôs novas medidas restritivas ao governo de Teerã.

Em resposta, o Irã passou a suspender gradualmente suas obrigações previstas no pacto, o que intensificou o impasse diplomático e reativou o debate internacional sobre a proliferação nuclear.

As sanções anunciadas nesta segunda-feira representam mais um capítulo da escalada de medidas unilaterais adotadas por Washington desde a saída do acordo.

ENTENDA O PROGRAMA NUCLEAR DO IRÃ LENDO NOSSO ARTIGO.