Reino Unido anuncia novas medidas para conter imigração

Nesta segunda-feira (12), o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou que, nos próximos quatro anos, haverá uma contenção significativa da migração no país. Ele alertou que a nação corre o risco de se tornar "uma ilha de estranhos", citado pela agência Reuters.

Como parte de um amplo pacote de reformas na política migratória, o chanceler anunciou medidas mais rígidas para o controle de entrada e permanência de estrangeiros.

"Todos os setores do sistema de imigração, incluindo vistos de trabalho, vistos de reagrupamento familiar e vistos de estudante, serão reforçados para que possamos controlá-los melhor", declarou, ao apresentar seu plano durante uma coletiva de imprensa em Downing Street.

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Entre as mudanças estão o aumento na exigência de proficiência em inglês, a ampliação do tempo mínimo de residência para solicitação de cidadania de cinco para dez anos e novas barreiras para empresas que contratam trabalhadores do exterior, incluindo casas de repouso. Além disso, os vistos para trabalhadores qualificados passarão a ser limitados apenas a candidatos com nível de pós-graduação.

"Meu governo está retomando o controle das nossas fronteiras", escreveu o político no X.

Estudantes impactados

Os graduados estrangeiros terão agora menos tempo para permanecer no Reino Unido após a conclusão dos seus estudos, com a permissão de estadia reduzida para 18 meses, em vez dos atuais dois anos.

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Além disso, o governo está considerando cobrar das universidades inglesas um novo imposto de 6% sobre a receita gerada pelas mensalidades de estudantes internacionais. Essa quantia será reinvestida no sistema de ensino superior e qualificação, com a expectativa de que a medida reduza em 7.000 o número de inscrições anuais.

Imigração em alta

A imigração para o Reino Unido aumentou consideravelmente desde 2004, quando o país, ainda membro da União Europeia, abriu seu mercado de trabalho para os cidadãos de países do Leste Europeu, como a Polônia.

Em 2016, a frustração com a dificuldade do governo em controlar o fluxo de migrantes da UE foi um dos fatores determinantes para a decisão britânica de deixar o bloco.

Apesar do Brexit, o problema da migração não foi resolvido, já que a migração líquida quase quadruplicou entre 2019 e 2023. Esse fenômeno, que representa a diferença entre o número de pessoas que chegam e aquelas que deixam o Reino Unido, atingiu um recorde de 906 mil pessoas no ano até junho de 2023, superando os 184 mil registrados no mesmo período de 2019, quando o país ainda fazia parte da União Europeia.