Na China, Lula ataca tarifas de Trump e defende multilateralismo

O presidente brasileiro criticou protecionismo de Donald Trump, exaltou a parceria com Xi Jinping e cobrou respeito à soberania dos países.

Ao celebrar a parceria entre Brasil e China no Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, nesta segunda-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender o multilateralismo no comércio global e criticou duramente as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"É preciso que a gente tenha consciência que nós precisamos trabalhar juntos. É por isso que eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite", declarou Lula.

O presidente afirmou que foi o multilateralismo que garantiu "todos esses anos de harmonia" nas relações entre países após a Segunda Guerra Mundial, enquanto o protecionismo, segundo ele, pode levar a conflitos.

"O que nós queremos é o multilateralismo para que a gente possa praticar o livre comércio. A gente exporta o que a gente quiser, a gente compra o que a gente quiser", afirmou Lula, defendendo que o mundo deve operar sem "ninguém tentar impor qualquer diminuição na soberania de nenhum país".

No mesmo evento na capital chinesa, Lula também exaltou os laços entre Brasil e China e agradeceu ao líder chinês, Xi Jinping, pela confiança na relação bilateral.

Críticas de longa data

O presidente brasileiro tem feito reiteradas críticas à política tarifária adotada por Trump, acusando os Estados Unidos de se comportarem como "xerife do planeta Terra".

Em encontro recente com o líder russo, Vladimir Putin, Lula voltou a criticar o tarifaço de Trump e defendeu o respeito à soberania dos países.

No dia 2 de abril, Trump anunciou tarifas elevadas, incluindo imposto de 20% sobre produtos da União Europeia e uma taxa básica de 10% sobre a maioria dos demais países.

Com o colapso dos mercados financeiros, Trump suspendeu temporariamente as tarifas mais altas por 90 dias, com o objetivo de facilitar as negociações. Durante esse período, aplicou uma tarifa reduzida de 10% a mais de 75 países que buscaram diálogo com os EUA e não retaliaram as medidas.

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