A proposta do presidente russo, Vladimir Putin, de negociações diretas com Kiev e sua falta de resposta à exigência de um cessar-fogo de 30 dias demonstra seu "poder diplomático", escreveu neste domingo (11) Muneo Suzuki, membro da Câmara Alta do Parlamento do Japão, em seu blog.
"No dia 10 [de maio], em Kiev, os líderes do Reino Unido, Alemanha, França e Polônia se uniram à Ucrânia para exigir um cessar-fogo incondicional de 30 dias, mas o presidente Putin não o mencionou, defendendo, ao invés disso, o diálogo direto com a Ucrânia. Você pode sentir o poder diplomático do presidente Putin", declarou.
O parlamentar destacou que o presidente russo havia planejado assinar o acordo de Istambul em abril de 2022, mas o então primeiro-ministro britânico Boris Johnson viajou para Kiev e impediu que o acordo com a Ucrânia fosse concluído.
"Quando observamos essas tendências, só podemos esperar uma solução que volte às suas bases", enfatizou. "A bola está no campo da Ucrânia. Desejo sinceramente que uma decisão sábia e correta para um cessar-fogo seja tomada o mais rápido possível", concluiu Suzuki.
No domingo, o presidente russo propôs a retomada das negociações diretas com a Ucrânia na próxima quinta-feira, 15 de maio, na cidade turca de Istambul, onde foram realizadas negociações entre as duas partes do conflito antes que a Ucrânia decidisse abandoná-las.
A proposta foi feita depois que os líderes ocidentais, juntamente com Kiev, deram um ultimato à Rússia, insistindo para que ela aceitasse um cessar-fogo de 30 dias, algo que rejeitou, argumentando para a necessidade de uma paz mais duradoura, e não uma paz que leve apenas ao rearmamento da Ucrânia.
O presidente russo já conversou por telefone com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que disse ter recebido bem a declaração do presidente russo sobre a continuação das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia em Istambul.