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Zelensky, Macron e Trump reagem à proposta de Putin de retomar diálogos diretos

Na madrugada deste domingo, o presidente russo ofereceu retomar negociações em Istambul já na quinta-feira.
Zelensky, Macron e Trump reagem à proposta de Putin de retomar diálogos diretosGettyimages.ru / Remon Haazen

Vladimir Zelensky, líder do regime de Kiev, pronunciou-se pela primeira vez sobre a coletiva de imprensa na qual o presidente russo Vladimir Putin se prontificou a retomar os diálogos diretos e sem pré-condições com a Ucrânia em Istambul.

"É um sinal positivo que os russos finalmente tenham começado a pensar em terminar a guerra. O mundo inteiro estava esperando por isso há muito tempo. E o primeiro passo para acabar com toda guerra é um cessar-fogo", escreveu Zelensky em seu canal do Telegram.

Em seguida, o ucraniano ofereceu um cessar-fogo "completo, duradouro e confiável" a partir de amanhã, 12 de maio, e expressou a disposição de Kiev em honrá-lo, mesmo após o país ter violado o cessar-fogo durante as comemorações do Dia da Vitória mais de 9.000 vezes.

Vale lembrar que, como observado pela porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, Putin foi claro em sua oferta: primeiro é preciso discutir as causas fundamentais do conflito, para depois falar sobre um cessar-fogo.

Trump e Macron

O presidente dos EUA, Donald Trump, saudou a disposição de Putin em retomar os diálogos.

''Um dia potencialmente grandioso para a Rússia e a Ucrânia. Pensem nas centenas de milhares de vidas que poderiam ser salvas quando esse 'banho de sangue' interminável chegar ao fim. Será um mundo completamente novo e muito melhor'', escreveu em uma publicação na plataforma Truth Social.

Trump se comprometeu a ''continuar trabalhando com ambas as partes para assegurar'' que isso se concretize. ''Uma GRANDE semana se aproxima'', concluiu.

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, usou um tom negativo, e afirmou que as palavras de Putin ''não são o suficiente'':

"Um cessar-fogo incondicional não é precedido de negociações por definição", afirmou o francês, citado pela AFP.

Proposta de Putin

Em uma conferência de imprensa na madrugada deste domingo (11), Vladimir Putin ofereceu retomar negociações em Istambul já na quinta-feira, 15 de maio, observando que seu país ''nunca rejeitou o diálogo com o lado ucraniano''.

O presidente se comprometeu a entrar em contato com seu homólogo turco, Tayyip Erdoğan, em busca de uma paz duradoura para o conflito.

O líder russo afirmou ainda que a retomada do diálogo direto não deve ser interpretada como um prelúdio para a intensificação das hostilidades, uma vez que, segundo ele, "as Forças Armadas ucranianas estão se rearmando, reequipando e construindo novas trincheiras e bastiões".

"Quem precisa de uma paz assim?", questionou Putin.

  • Os diálogos diretos entre a Rússia e a Ucrânia foram frustrados em 2022, devido à decisão unilateral de Kiev de deixar a mesa de negociações.