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Putin propõe retomar negociações diretas com Ucrânia em Istambul

O presidente russo enfatizou que "aqueles que realmente querem a paz" não poderiam deixar de apoiar essa proposta
Putin propõe retomar negociações diretas com Ucrânia em Istambul

Vladimir Putin, presidente da Rússia, realizou uma coletiva de imprensa neste domingo (11, no horário de Moscou) para oferecer um panorama sobre os resultados dos eventos e reuniões internacionais durante as comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória.

Durante seu discurso, o presidente russo declarou que propõe retomar, sem pré-condições, as negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia que foram frustradas em 2022.

Nesse contexto, reiterou mais uma vez que seu país nunca abandonou o diálogo com o lado ucraniano; isso foi feito por Kiev quando se retirou das negociações com Moscou.

Putin sugeriu retomar as conversas diretas na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul, onde as negociações ocorreram anteriormente entre os dois lados do conflito, antes de a Ucrânia decidir abandoná-las.

"Propusemos repetidamente medidas de cessar-fogo e nunca rejeitamos o diálogo com o lado ucraniano. Não fomos nós que interrompemos as negociações em 2022, mas o lado ucraniano. A esse respeito, apesar de tudo, propomos que as autoridades de Kiev retomem as negociações que interromperam no final de 2022".

O presidente se comprometeu a dialogar com seu homólogo turco, Tayyip Erdoğan, em busca de uma paz duradoura para o conflito.

Paz com futuro histórico

De acordo com Putin, essas conversas poderiam ser um passo em direção a uma paz duradoura e sólida, que a Rússia defende.

"Estamos comprometidos com negociações sérias com a Ucrânia, com o objetivo de eliminar as causas fundamentais do conflito e estabelecer uma paz duradoura e de longo prazo para um futuro histórico. Não descartamos que, durante essas negociações, seja possível chegar a um acordo sobre algum novo cessar-fogo, um novo cessar-fogo e um cessar-fogo real que será respeitado não apenas pela Rússia, mas também pelo lado ucraniano", enfatizou.

O presidente russo afirmou ainda que a retomada do diálogo direto não deve ser interpretada como um prelúdio para a intensificação das hostilidades, uma vez que, segundo ele, "as Forças Armadas ucranianas estão se rearmando, reequipando e construindo novas trincheiras e bastiões".

"Quem precisa de uma paz assim?", questionou Putin.

Putin responsabilizou as autoridades ucranianas e "aqueles que as controlam" pela continuidade do conflito, alegando que essas decisões seriam motivadas por "ambições políticas pessoais" e não pelos interesses da população. Segundo ele, esses atores pretendem prolongar o conflito ao lado dos nacionalistas ucranianos.