Lula sobre escândalo do INSS: CGU e PF 'desmontaram quadrilha' formada em 2019

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (10) que a devolução dos valores desviados de aposentados e pensionistas do INSS ainda depende da conclusão das investigações. Ele ainda responsabilizou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo esquema.
O escândalo veio à tona no mês passado, após operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU). A fraude envolvia descontos indevidos em contracheques de aposentados, feitos por sindicatos e associações, e teria movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões.
"Devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas enganadas. A quantidade de pessoas que tiveram o seu nome numa lista sem que elas tivessem assinado. Porque aqueles que assinaram já autorizaram", disse Lula em uma coletiva de imprensa concedida em Moscou.
Segundo o presidente, o esquema foi estruturado ainda em 2019: "A CGU e a nossa Polícia Federal, num processo de investigação, conseguiram desmontar uma quadrilha que estava montada desde 2019 nesse país. Tem entidades sérias no meio que evidentemente não cometeram nenhum crime e tem entidades que foram criadas para cometer crime."
Lula destacou que a apuração está a cargo das instituições competentes: "Esse é um assunto que eu evito comentar porque tá na mão da Polícia Federal, da Advocacia Geral da União, na mão da Controladoria Geral da República e na mão da justiça."
Desde a revelação do caso, seis servidores públicos foram afastados de seus cargos. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido. Já o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), deixou o cargo após uma reunião com Lula.
"O que eu posso dizer para vocês é que as vítimas não serão prejudicadas, quem será prejudicado será aqueles que um dia ousaram explorar o aposentado e pensionista brasileiro", finalizou o presidente.
