Lula rebate críticas da UE por viagem à Rússia: 'A Europa deveria estar festejando o dia de ontem'

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente brasileiro, respondeu neste sábado (10) às críticas daqueles que se opõem à sua viagem à capital russa por ocasião do 80º aniversário da vitória sobre o nazismo.
''A Europa inteira deveria estar fazendo festa ontem, é o dia da vitória contra o nazismo. Eu não vejo qual é a crítica que se possa fazer de um país que perdeu 26 milhões de jovens, fazer a comemoração que foi feita'', afirmou a jornalistas, em uma coletiva de imprensa oferecida diretamente de Moscou.
Ele rebateu a ideia de que o governo de Vladimir Putin esteja se aproveitando das comemorações para ganho político: ''as pessoas precisam ser menos egoístas do ponto de vista do seu pensamento'', afirmou, traçando um paralelo com o Brasil:
"Se o Brasil fizer uma festa, está explorando politicamente? Se eu vou em um baile de carnaval, está explorando politicamente? É pequenez pensar assim", disparou.
O presidente brasileira também revelou a disposição do Brasil para ajudar na mediação para negociações entre a Rússia e a Ucrânia:
"Eu disse ao presidente [Vladimir] Putin que nós estamos dispostos a ajudar na negociação, desde que os dois países que se enfrentem queiram que a gente possa ajudar na negociação", afirmou a jornalistas.
Relembre:
Governos europeus chegaram ao ponto de violar acordos e proibir o uso de seus espaços aéreos para impedir que líderes mundiais chegassem a Moscou. Foi o caso da Letônia, Lituânia e Estônia, que, apesar de terem um acordo garantindo a utilização de seus espaços aéreos por um ano para autoridades eslovacas, suspenderam essa permissão na tentativa de obstruir a viagem de Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia.
Mesmo sob a ameaça de punições do bloco, Fico veio à capital russa e se reuniu com o líder russo, Vladimir Putin, com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e outros dois líderes mundiais. Aleksandar Vuvic, presidente da Sérvia, também participou das comemorações, mesmo com toda a pressão.
A diplomata-chefe da UE, Kaja Kallas, criticou a presença de líderes em Moscou, chegando a afirmar que eles estão ''do lado errado da história''.

