Lula propõe cooperação com a Rússia para desenvolvimento de usinas nucleares

Nesta sexta-feira (9), durante um encontro com Vladimir Putin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou o interesse do Brasil em firmar uma parceria com a Rússia para a construção conjunta de pequenas usinas nucleares, segundo comunicado Kremlin.

"Temos interesse em discutir, sobretudo, a área energética. Temos muito interesse em estabelecer a relação com a Rússia nas pequenas usinas nucleares", disse Lula durante o encontro.

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Após agradecer a "calorosa recepção" dada à delegação brasileira, Lula reforçou que o estreitamento das relações comerciais está entre as prioridades de sua visita, mencionando a Rússia como um parceiro estratégico em diversas áreas. Segundo ele, Moscou também tem interesse em aprofundar os laços bilaterais com o Brasil.

''O objetivo da minha visita hoje é promover o desenvolvimento da nossa parceria estratégica. O Brasil vê a Rússia como um parceiro importante – política, cultural, econômica e nas áreas de ciência e tecnologia'', complementou o petista.

Comissão Brasileiro-Russa

Em suas redes sociais, o presidente Lula citou que os países acertaram "a retomada da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação, instância máxima de discussão estratégica entre os nossos dois países, que não se reúne desde 2015".

O comércio bilateral entre Brasil e Rússia, atualmente superior a 12 bilhões de dólares, tem grande potencial de crescimento, conforme destacou o presidente brasileiro.

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Além das questões comerciais, o avanço do protecionismo econômico foi um ponto discutido. Lula também reafirmou o "compromisso do Brasil com a paz", mencionando que o país está disposto a colaborar com a China e o Grupo de Países Amigos para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia.

Usina nuclear 

Atualmente, o Brasil conta com duas usinas nucleares em operação: Angra 1 e Angra 2, localizadas no complexo da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. As unidades são administradas pela estatal Eletronuclear.

Em atividade desde 1985, Angra 1 passa por um processo de renovação de sua licença de operação, que pode ser estendida por mais duas décadas. Com capacidade de 640 megawatts (MW), a usina é suficiente para atender uma população de cerca de 2 milhões de pessoas, o equivalente à capital amazonense, Manaus.

Já Angra 2, inaugurada em 2001, possui potência instalada de 1.350 MW. A produção energética permite abastecer aproximadamente 4 milhões de habitantes, o que corresponde, por exemplo, à soma das populações de Brasília e Porto Alegre.