Reuters: EUA e Rússia estudam maneiras de restaurar o fornecimento de gás russo para a Europa

As conversas incluem possível participação de investidores americanos em gasodutos e na compra indireta de gás para driblar a resistência europeia.

Autoridades da Rússia e dos Estados Unidos discutiram a possibilidade de viabilizar a retomada do fornecimento de gás russo para a Europa, informou com exclusividade a agência Reuters nesta quinta-feira (8), com base em relatos de oito fontes com conhecimento do assunto.

Segundo a agência, o enviado especial presidencial dos EUA, Steve Witkoff, e o representante especial da presidência russa para investimentos e cooperação econômica com países estrangeiros, Kirill Dmitriev, abordaram o tema durante conversas ligadas às negociações de paz na Ucrânia.

Um porta-voz de Witkoff se recusou a comentar. Já fontes do Fundo Russo de Investimento Direto, chefiado por Dmitriev, afirmaram que "no momento, não há nenhuma conversa nesse sentido".

Fontes próximas aos contatos afirmam que a reinserção da Rússia no mercado europeu de gás poderia facilitar um acordo de paz no conflito ucraniano. Segundo executivos do setor energético, mais compradores europeus estariam dispostos a voltar a negociar com Moscou após um eventual pacto.

Qual seria o papel de Washington?

Duas fontes diplomáticas e uma fonte da Casa Branca disseram que o envolvimento dos EUA também serviria aos interesses norte-americanos, ao ampliar sua influência e possivelmente permitir algum grau de controle sobre o volume de gás russo enviado à Europa.

Cinco fontes indicaram que, até o momento, houve conversas sobre investidores norte-

Cinco fontes indicaram que já houve discussões sobre a entrada de investidores dos EUA em projetos como o gasoduto Nord Stream, que liga Rússia e Alemanha, o gasoduto que cruza a Ucrânia e até na estatal russa Gazprom.

Empresas norte-americanas também poderiam atuar como compradoras, adquirindo gás da Gazprom e revendendo para países europeus, como a Alemanha, segundo as fontes ouvidas.

Duas delas acrescentaram que uma das estratégias debatidas seria a de um comprador dos EUA adquirir gás russo e reexportá-lo à Europa, como forma de suavizar a resistência política na região à retomada dos fornecimentos.

"Se esse nível de engajamento entre a Rússia e os EUA continuar, é muito provável que o fluxo de gás russo seja retomado [...] com o envolvimento de intermediários norte-americanos", afirmou uma fonte próxima às negociações.

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