Berlim proíbe bandeiras soviéticas e restringe comemorações da vitória sobre o nazismo

A Embaixada da Rússia na Alemanha descreveu as medidas como "injustificadas, discriminatórias, humilhantes e degradantes", exigindo sua revogação.

A Alemanha impôs uma série de restrições a eventos comemorativos em Berlim por ocasião do 80º aniversário da derrota do nazismo.

Segundo determinação válida a partir das 6h desta quinta-feira (8) até as 22h de sexta-feira (9), está proibido o uso de uniformes militares, de seus elementos e de outros símbolos em diversos memoriais de guerra soviéticos; a exibição da fita de São Jorge, dos símbolos “Z” e “V”, das bandeiras da antiga URSS, da Rússia, de Belarus e de várias regiões, repúblicas e províncias russas; além da execução de marchas e canções russas ou soviéticas dos anos de guerra.

As restrições, no entanto, não se aplicam a veteranos da Grande Guerra Patriótica. O uso das cores da bandeira russa e da fita de São Jorge em coroas de flores e buquês colocados em monumentos ou túmulos também continua permitido.

Reação da Rússia

A embaixada da Rússia na Alemanha criticou, na quarta-feira (7), as medidas como “injustificadas, discriminatórias, humilhantes e degradantes” e exigiu seu cancelamento.

“Vemos neles uma clara manifestação de revisionismo histórico e oportunismo político”, afirmou, destacando que a Rússia exige “veementemente a reversão da decisão correspondente”.

A embaixada também lembrou que "o povo soviético fez uma contribuição decisiva para derrotar a máquina de guerra de Hitler, pagando um preço enorme pela libertação da Europa do nazismo: as vidas de 27 milhões de seus concidadãos que morreram nos campos de batalha, foram torturados em campos de concentração nazistas, morreram em trabalhos forçados, bombardeios, fome e doenças, e foram assassinados por carrascos nos territórios ocupados da URSS".