O presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić, declarou nesta quarta-feira (7) ser um homem de "honra e orgulho" e afirmou que já havia prometido ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que iria sua participação nas celebrações do Dia da Vitória, em Moscou. Apesar das retaliações recentes de países da OTAN, que dificultaram sua viagem, Vučić afirmou estar disposto a assumir toda e qualquer responsabilidade caso a União Europeia decida aplicar punições.
''Honra e orgulho são coisas que não se pode dar nem vender a ninguém. Eu fiz uma promessa ao presidente Putin, mas nunca menti [aos líderes europeus] sobre minha visita aqui. [...] Quanto à União Europeia, estou certo de que a Sérvia permanecerá no caminho europeu. Se quiserem punir alguém, que me punam", disse Vučić à imprensa, na Praça Vermelha.
A autoridade sérvia expressou sua satisfação pelo convite recebido das autoridades russas e afirmou estar orgulhoso de participar das celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória. Ele confirmou que, nos próximos dias, se encontrará com o presidente Putin para discutir questões bilaterais, bem como aprofundar a cooperação política no nível internacional.
Além disso, Vučić também tem agendados encontros com o presidente chinês Xi Jinping e o Patriarca Kirill de Moscou.
OTAN tem planos frustados
A Letônia, Lituânia e Estônia, países membros da OTAN e da União Europeia, tentaram bloquear a participação do presidente Aleksandar Vučić, e do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, nas comemorações do 80º aniversário do "Dia da Vitória" em Moscou.
As autoridades da Letônia e da Lituânia impediram a passagem do avião oficial da autoridade sérvia por seus espaços aéreos, alegando razões políticas e diplomáticas para a negativa.
Por outro lado, Fico denunciou veementemente a tentativa da Estônia de também bloquear o voo de sua comitiva, que se dirigia a Moscou para as celebrações. O primeiro-ministro eslovaco destacou que, em condições normais, sua comitiva tem permissão anual para sobrevoar o espaço aéreo estoniano.
Rússia reage às restrições
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, criticou duramente a decisão de países europeus de fecharem seus espaços aéreos a líderes estrangeiros convidados para as celebrações que serão realizadas nesta quinta-feira (8).
"É claro que isso é uma vergonha", declarou Lavrov em entrevista ao jornalista Pavel Zarubin.
Lavrov também criticou duramente o posicionamento da União Europeia, ao comparar o tratamento dado à Ucrânia com a pressão exercida sobre países como a Sérvia e Estônia.
"Portanto, aqueles que pregam os valores nazistas, como Zelensky e sua equipe, são bem-vindos na UE. E aqueles que defendem nossa memória histórica comum com a Rússia, eles querem privá-los de todos os direitos. Que vergonha, que vergonha", denunciou.