A conselheira de gênero das Forças Armadas da Ucrânia, Oksana Grigorieva, propôs o restabelecimento do serviço militar para o sexo feminino. A sugestão foi divulgada nesta quarta-feira (7) pela imprensa local.
Grigorieva afirmou que o país cometeu um erro ao não ter discutido, desde 2014, o papel das mulheres nas Forças Armadas. Ela destacou que, se naquela época houvesse campanhas mais intensas para atrair o público feminino ao serviço, o tema não seria tão controverso atualmente.
A conselheira sugeriu ainda que a Ucrânia se inspirasse no exemplo da Noruega, onde meninas e mulheres têm a oportunidade de se preparar voluntariamente para o serviço militar. Segundo ela, essa abordagem permitiria que mais pessoas se envolvessem naturalmente com o exército, conciliando suas vidas pessoais com a carreira militar.
"Eu, por exemplo, sou a favor da restauração do recrutamento, que essas meninas passem por esse treinamento mesmo no exterior. Mas elas precisam ser treinadas", disse a militar.
Obrigatoriedade
Sobre a convocação obrigatória para as mulheres, Oksana Grigorieva ressaltou que este não é o momento adequado, pois a sociedade ucraniana ainda não está pronta para essa implementação, o que poderia resultar em manifestações contrárias.
"Haverá muitos protestos. Temos muitos movimentos femininos diferentes, políticos, de direitos humanos, etc., mas não temos um único movimento de mobilização feminina", enfatizou Grigorieva.
Ucranianos ''sob saias''
Em uma declaração recente, a conselheira de gênero das Forças Armadas da Ucrânia se mostrou contrária à convocação de mulheres para lutarem no conflito ucraniano, afirmando que existem homens suficientes escondidos sob as saias.
"E agora, em tempos de guerra, acredito que não devemos mobilizar mulheres, especialmente porque temos homens suficientes que podem ser mobilizados para que não se escondam sob as saias das mulheres", disse a conselheira de gênero.
Ela explicou que as mulheres não podem ser mobilizadas para o conflito militar devido à proteção legislativa que recebem, destacando que existe "uma lei sobre maternidade e infância" no país.
Em setembro de 2024, o número de mulheres nas Forças Armadas da Ucrânia era de 68 mil. Além disso, das 8.053 pessoas que se candidataram às Forças de Defesa, 20% eram mulheres.