Notícias

Bélgica recua e adia envio de caças F-16 à Ucrânia

Entrega depende de substituição da frota: país aguarda chegada de novos caças F-35 dos EUA para liberar os F-16 prometidos à Ucrânia
Bélgica recua e adia envio de caças F-16 à Ucrânia

Apesar de ter prometido enviar caças F-16 à Ucrânia ainda no ano passado, a Bélgica anunciou agora que a entrega só deve acontecer "nos próximos anos". A justificativa, segundo o ministro da Defesa, Theo Francken, é que o país precisa primeiro receber os novos F-35 dos Estados Unidos para então liberar os F-16.

A promessa, feita junto a Dinamarca, Países Baixos e Noruega, previa o envio de até 80 aeronaves à Ucrânia, com autorização do então presidente norte-americano Joe Biden. Desde então, Kiev recebeu cerca de 20 jatos, fornecidos pela Dinamarca e pelos Países Baixos. A Bélgica, por enquanto, não entregou nenhum.

Durante um evento em Washington, organizado pelo think tank Atlantic Council, Francken defendeu que seu país é o "maior apoiador da Ucrânia no setor aéreo". E garantiu: "A Bélgica vai entregar 30 F-16s operacionais assim que possível, ao longo dos próximos anos".

O atraso foi explicado com base na substituição da frota. "Quando tivermos nossos F-35, entregaremos os F-16, porque temos capacidade de DCA (Dollar Cost Averaging) na Bélgica", declarou o ministro.

Apesar da postergação, Francken afirmou que a postura da Bélgica segue firme: "Estamos totalmente comprometidos com Zelensky e com cada ucraniano. Isso é fundamental".

No mês passado, o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, anunciou o envio de dois F-16s não operacionais para serem usados como peças de reposição até o fim de 2025. Além disso, prometeu um investimento anual de 1 bilhão de euros (aproximadamente 1,1 bilhão de dólares) em apoio militar à Ucrânia. Segundo Francken, esse pacote deve ser aprovado nas próximas semanas.

Enquanto isso, os Estados Unidos aprovaram um novo acordo de 310,5 milhões de dólares para manter a frota de F-16s da Ucrânia em operação. O pacote inclui treinamento de pilotos, peças sobressalentes, modificações técnicas, assistência logística e suporte de software.

Mesmo sendo considerados por Kiev como uma virada de jogo no conflito contra a Rússia, os F-16 ainda têm uso limitado no campo de batalha. A maior parte da frota permanece longe da linha de frente, utilizada em missões de defesa aérea. Em abril, a Rússia afirmou ter abatido um F-16 ucraniano, o segundo registrado desde o início do conflito.