"A democracia está em risco": Lula critica Milei e Bolsonaro
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar se homólogo argentino, Javier Milei, e o ex-mandatário brasileiro, Jair Bolsonaro, considerando que o comportamento deles mostra como a direita está se apropriando do discurso crítico antissistema da esquerda.
As declarações foram feitas durante cerimônia de anúncio de investimentos do Governo federal no Rio Grande do Sul, previstos no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
"A democracia está correndo risco", disse Lula, pois segundo ele, "a esquerda e os setores progressistas antes criticavam o sistema", mas agora é "a direita que fica fora [do Governo], que vira contra o sistema".
"Quem é contra o sistema hoje que critica tudo é o Milei, na Argentina. Até o Banco Central ele quer fechar, quer cortar tudo com serrote. É aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome dele, mas é a negação. Até hoje ele não reconhece a derrota dele, até hoje não reconhece a derrota", disse o mandatário brasileiro.
Lula ainda advertiu que "a política, no mundo inteiro, está tomada pelo ódio", afirmando que no passado, adversários eleitorais conseguiam dividir a mesa e conversar. "A política está tomada por um ódio que, certamente, a maioria de vocês que fazem politica aqui nunca tinha vivido. Não estávamos acostumados a fazer política assim", lamentou.
O mandatário destacou que em todas as lutas que vêm pela frente, é importante lembrar que é a democracia que está em risco no mundo, segundo ele, devido à expansão do "fascismo, nazismo, extrema-direita raivosa, ignorante, bruta, que ofende e não acredita nas pessoas".
Apesar das críticas à "extrema-direita", Lula enfatizou que sua prioridade é governar o país e buscar a recuperação econômica e social.
"O mandato tem prazo de validade. Tem a hora da entrada e a hora da saída. Eu tenho o compromisso de recuperar este país economicamente. De dar civilidade àqueles que não têm civilidade hoje. Recuperar o humanismo entre os seres humanos. E fazer com que as pessoas esquecidas historicamente tenham vez e voz neste país", declarou.