
Novas tarifas de Trump preocupam UE por impacto devastador nas exportações da Europa

A União Europeia teme que as novas investigações determinadas por Donald Trump ampliem o número de produtos do bloco sujeitos a tarifas nos Estados Unidos, intensificando a disputa comercial entre os dois lados do Atlântico.

Washington pode aplicar taxas adicionais sobre produtos farmacêuticos, madeira, semicondutores, minerais críticos e caminhões, o que afetaria 97% das exportações europeias, alertou o chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, nesta terça-feira (7).
"Se todas essas investigações culminarem em novas tarifas, quase todas as exportações da UE para os EUA, que representam um volume de comércio de 549 bilhões de euros, serão afetadas", disse ele ao discursar no Parlamento Europeu.
O comissário afirmou ainda que essa situação é inaceitável e que "não podemos nos dar ao luxo de ficar de braços cruzados".
Sefcovic reafirmou o interesse do bloco em alcançar uma solução negociada com os EUA. No entanto, advertiu que, se as conversas fracassarem, Bruxelas vai retaliar, reativando tarifas atualmente suspensas e avaliando restrições a produtos americanos.
"Agora precisamos que os EUA demonstrem sua disposição de avançar em direção a uma solução justa e equilibrada", afirmou.
Ele também mencionou que a UE está acelerando negociações para diversificar seus acordos comerciais e de investimento com outros países, como forma de reduzir os riscos provocados pela relação conturbada com os EUA.
"Os Estados Unidos representam 13% do comércio mundial. Isso é muito. Mas não podemos nos esquecer dos outros 87%", afirmou.
- Em 2 de abril, Donald Trump anunciou tarifas massivas, com um imposto de 20% sobre produtos da União Europeia e uma taxa básica de 10% sobre a maior parte das demais nações. Com o colapso dos mercados financeiros, ele suspendeu as tarifas mais altas por 90 dias, visando facilitar negociações. Nesse intervalo, aplicou uma tarifa reduzida de 10% a mais de 75 países que haviam procurado os EUA para discutir as medidas e não haviam adotado retaliações.
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