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Maduro compara detenção de crianças migrantes nos EUA a métodos das ditaduras de Pinochet e Videla

O presidente venezuelano citou o caso de Maikelys Espinoza, separada dos pais após deportação, como exemplo de violação de direitos humanos.
Maduro compara detenção de crianças migrantes nos EUA a métodos das ditaduras de Pinochet e VidelaAP / Fernando Vergara

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou na segunda-feira (5) a política migratória dos Estados Unidos e comparou a separação de uma criança venezuelana de seus pais a práticas adotadas por regimes ditatoriais na América do Sul durante os anos 1970.

Durante seu programa televisivo Con Maduro +, o líder venezuelano afirmou que a menina Maikelys Espinoza, de dois anos, está sendo mantida de forma irregular nos EUA e que o caso representa uma "página manchada na história" do país. "Ela teve três famílias de custódia, pessoas estranhas a quem eles dão uma criança sem nenhum tipo de fórmula ou julgamento", declarou.

Maduro relacionou o caso aos sequestros de crianças durante as ditaduras de Augusto Pinochet, no Chile, e Jorge Videla, na Argentina.

"Quantos milhares de crianças Pinochet roubou no Chile? Quantos milhares de crianças Jorge Videla roubou na ditadura argentina?", questionou.

Segundo ele, essas crianças foram entregues a "torturadores, violadores de direitos humanos e repressores".

O presidente afirmou que espera que o Judiciário americano reconheça os direitos da mãe de Maikelys e autorize seu retorno à Venezuela. "Estamos imediatamente preparados para ir procurar a menina Maikelys onde quer que seja necessário procurá-la", declarou.

Caso de Maikelys Espinoza

A criança foi separada dos pais após a deportação do casal, acusado de integrar o grupo criminoso Trem de Aragua. Ambos foram incluídos em um plano de deportações do governo Donald Trump. A Venezuela denunciou no último dia 28 o que classificou como "sequestro' da criança.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) confirmou a detenção dos pais e alegou que a decisão teve como objetivo "proteger a criança". Segundo o governo americano, Maikelys está sob responsabilidade do Escritório de Realocação de Refugiados e vive atualmente com uma "família de acolhimento".