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Kremlin comenta sobre as eleições na Romênia

"Os eleitores romenos foram privados do direito de votar na pessoa que desejavam", declarou o porta-voz da presidência russa.
Kremlin comenta sobre as eleições na RomêniaGettyimages.ru / Alex Nicodim/Anadolu

Os romenos foram privados da oportunidade de votar em um dos favoritos na eleição presidencial, afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

"Uma coisa que podemos dizer é que um dos favoritos dessas eleições foi, de fato, expulso da corrida eleitoral de forma absolutamente descarada. Portanto, em qualquer caso, os eleitores romenos foram privados do direito de votar na pessoa que desejavam. Isso pode ser afirmado de forma inequívoca", declarou Peskov aos repórteres.

O funcionário também comentou sobre se o resultado poderia ser considerado uma reação à pressão do ocidente sobre o país: "Não cabe a nós considerá-lo, mas sim aos romenos", assegurou.

George Simion, líder do partido nacionalista Aliança para a Unificação dos Romenos (AUR), venceu o primeiro turno das eleições presidenciais da Romênia, realizado no domingo (4), segundo dados oficiais da Comissão Eleitoral Central (CEC) com 100% das urnas apuradas. Simion obteve 40,96% dos votos. Em segundo lugar ficou o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, com 20,99%. O terceiro colocado foi o candidato da coalizão governista, Crin Antonescu, que somou 20,07%.

O segundo turno está previsto para o dia 18 de maio.

Crise política

Prevista para ocorrer no final do ano passado, a eleição romena ficou marcada por desencadear uma crise política no país, após o tribunal constitucional anular os resultados do pleito nacional, vencido pelo candidato independente Calin Georgescu contra a política pró-ocidental Elena Lasconi.

Após sua vitória, alguns rotularam Georgescu como pró-russo, alegando uma suposta interferência de Moscou nas eleições. No entanto, a Agência Nacional de Administração Fiscal da Romênia descartou essa hipótese.

Em dezembro, os resultados foram anulados, iniciando uma perseguição política ao candidato em questão. No final de fevereiro, Georgescu foi detido pelas autoridades romenas e posteriormente colocado em liberdade condicional com restrições de movimento.

O político expressou suas críticas à OTAN e denunciou que a Aliança Atlântica está tentando usar seu país como uma "porta de entrada" para uma Terceira Guerra Mundial contra a Rússia.