O general Ronald Clarke, comandante do Exército dos EUA no Pacífico (USARPAC, na sigla em inglês), afirmou ao The Wall Street Journal no domingo (4) que o Pentágono criou duas "forças-tarefa de domínio múltiplo" a fim de aprimorar suas capacidades operacionais na região do Indo-Pacífico, especialmente em meio às crescentes tensões entre China e Taiwan. Uma terceira força-tarefa de domínio múltiplo "está sendo elaborada", acrescentou.
Essas forças são concebidas para a realização de ataques a alvos terrestres e coleta de informações de inteligência, refletindo uma mudança estratégica focada no aumento da manobrabilidade das operações na região, expandindo as capacidades aéreas e marítimas do Exército dos EUA em caso de conflito com a China, especialmente em relação a Taiwan.
Para apoiar suas operações, os militares estão implantando sistemas de mísseis avançados, incluindo o Typhon, capaz de atacar navios, aeronaves e alvos terrestres inimigos à longa distância, inclusive no interior da China continental. Uma plataforma com este equipamento foi enviada às Filipinas no ano passado, onde é operada em cooperação com tropas americanas lá estacionadas, o que gerou críticas de Pequim.
"Se isso lhes fizer der uma pausa, se isso os forçar a pensar duas vezes, se os fizer adiar qualquer ação agressiva contra Taiwan que, de alguma forma, levaria à reunificação, que assim seja", declarou Clark.
A "vantagem" da China e a resposta dos EUA
De acordo com o The Wall Street Journal, a China conta com "vantagens" significativas, principalmente a proximidade geográfica. Qualquer conflito importante na região ocorreria perto de suas fronteiras, e o transporte de tropas dos EUA a partir do continente americano poderia chegar tarde demais. Clark acredita que isso agora pode ser compensado por meio da realização de exercícios militares e outras atividades na região com o objetivo de fortalecer a cooperação com os EUA.
Um exemplo disso é o exercício Balikatan, que este ano ocorrerá de 21 de abril a 9 de maio. Esse exercício anual envolve cerca de 14 mil soldados de mais de 20 países, incluindo Estados Unidos, Filipinas, Austrália e Japão.
- Taiwan é autogovernada desde 1949, enquanto que Pequim considera a ilha como parte integrante de seu território. A maioria dos países, incluindo a Rússia, reconhece o território como parte integrante da República Popular da China.