Notícias

Centenas de substâncias tóxicas são encontradas em plásticos de uso comum

O relatório também constatou que não há dados suficientes sobre os perigos de mais de 10 mil produtos químicos usados no setor de plásticos.
Centenas de substâncias tóxicas são encontradas em plásticos de uso comumGettyimages.ru / chaiyapruek2520

O projeto PlastChem, dedicado à identificação e análise de produtos químicos e polímeros preocupantes presentes no plástico, apresentou recentemente juntamente à Rede Ambiental de Genebra (Suíça) um relatório listando mais de 4.200 substâncias perigosas para a saúde humana e o meio ambiente.

Os resultados do estudo foram obtidos após os pesquisadores passaram um ano inteiro classificando as substâncias químicas usados na fabricação de plástico com base em seus efeitos sobre o meio ambiente e a saúde.

A análise revelou que existem 16 mil produtos químicos presentes nos plásticos, muito mais das que se conheciam até agora. Além disso, pelo menos 26% dos compostos, ou mais de 4.200, são preocupantes devido à sua natureza "persistente, bioacumulativa, móvel e/ou tóxica".

Os pesquisadores também observaram que mais de 400 das substâncias químicas  identificadas no relatório são encontradas nos principais produtos plásticos de uso comum, como embalagens de alimentos, e que todos os plásticos analisados liberam produtos químicos perigosos no ecossistema.

A pesquisa também constatou que milhares de substâncias não são regulamentadas; não há dados suficientes sobre os perigos de mais de 10 mil substâncias químicas usadas no setor de plásticos e mais de 9 mil compostos nem sequer são conhecidos em quais produtos são usados, pois as empresas não compartilham essas informações.

Espera-se que os resultados da pesquisa sirvam de base para alterar as regulamentações governamentais e as negociações internacionais sobre o gerenciamento de plásticos e produtos químicos. "Esse relatório será fundamental para o desenvolvimento de políticas destinadas a combater a poluição por plásticos", afirmou a doutora Laura Monclús, coautora do relatório do Instituto Geotécnico da Noruega.