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Carlos Lupi deixa Ministério da Previdência após escândalo de fraudes no INSS

Wolney Queiroz, número 2 de Lupi e atual secretário-executivo da Previdência, será o novo titular da pasta.
Carlos Lupi deixa Ministério da Previdência após escândalo de fraudes no INSSLula Marques/Agência Brasil

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciou nesta sexta-feira a sua demissão do cargo, após uma crise desencadeada pela investigação da Polícia Federal sobre um esquema de fraudes e desvios de dinheiro no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em nota divulgada em suas redes sociais, Lupi se defendeu, afirmando que seu nome "não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso", e que apoiou desde o início as apurações sobre crimes no Instituto.

O novo titular do Ministério será o ex-deputado e número 2 de Lupi, Wolney Queiroz. Atualmente ele é secretário-executivo da Previdência.

O presidente licenciado do Partido Democrático Trabalhista (PDT) estava à frente da pasta desde o início do atual mandato, há dois anos e quatro meses.

Na terça-feira (29/04), ao ser convocado pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, Lupi admitiu que havia conhecimento de denúncias "pontuais" sobre desvios na previdência, porém negou saber da real dimensão do esquema.

"A gente sempre soube, não vamos fingir… o 135 denunciava isso, a gente recebia queixa, a própria plataforma do INSS aparecia com algumas pessoas denunciando. Agora nesse quantitativo, com uma organização, com uma quadrilha verdadeira, eu tomei conhecimento agora e isso não pode continuar”, afirmou a jornalistas, citado pelo jornal Metrópoles.

Em pronunciamento na quarta-feira (30), Lula comentou o caso, declarando ter determinado à Advocacia-Geral da União que os acusados fossem processados e obrigados a ressarcir as pessoas que foram lesadas.

Relembre o caso

No dia 23 de abril, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação para apurar fraudes no INSS, que resultou na exoneração do então presidente do Instituto, Alessandro Stefanutto.

A investigação apura descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. A estimativa é de que os desvios possam chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme a apuração conjunta da PF e da CGU.