UE não reconhecerá a Crimeia como parte da Rússia, afirma chefe da diplomacia europeia

Em uma declaração feita nesta quarta-feira (30), a representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança, Kaja Kallas, reiterou que o bloco não reconhecerá, sob nenhuma circunstância, a anexação da Crimeia pela Rússia. A afirmação foi dada em entrevista ao veículo britânico Financial Times.

A declaração responde a especulações de que os Estados Unidos estariam pressionando a Ucrânia a aceitar um plano de paz que inclui a soberania russa sobre a península.

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''Do lado europeu, já dissemos isso várias vezes... a Crimeia é a Ucrânia'', disse. ''Mas não podemos falar pelos Estados Unidos, é claro, nem pelo que eles farão''.

Planos para manter sanções

A líder adjunta da Comissão Europeia destacou que o bloco está desenvolvendo um ''plano B'' para manter as sanções econômicas contra a Rússia, caso o governo de Donald Trump busque retomar laços com Moscou. Segundo ela, a pressão atual pode ser ameaçada pela Hungria, que tem poder de veto sobre a renovação das sanções, prevista para julho.

Kallas também afirmou que o objetivo central da UE é preservar a unidade entre os países membros, embora tenha admitido que alguns governos consideram, ainda que discretamente, seguir o posicionamento dos EUA caso Washington recue no apoio à Ucrânia.

A dirigente europeia afirmou que o bloco poderia suprir parte do apoio financeiro necessário à Ucrânia, mas reconheceu que substituir a ajuda militar norte-americana seria um desafio muito mais complexo. 

• A Crimeia foi reunificada à Rússia em março de 2014, depois que 96,77% da população da península votou para se tornar parte integrante do país.