
China exige que EUA parem com ameaças e chantagens em meio a impasse comercial

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, afirmou nesta segunda-feira (28) que não houve avanços nas negociações comerciais com os Estados Unidos. Em declaração oficial, ele cobrou de Washington o fim da pressão e defendeu um diálogo em condições de igualdade.
"Se uma solução negociada é realmente o que os Estados Unidos querem, devem deixar de ameaçar e chantagear a China e buscar um diálogo baseado na igualdade, no respeito e no benefício mútuo", disse Guo durante coletiva de imprensa.
"Tarifas e guerras comerciais não têm vencedores".
As declarações foram feitas em resposta aos comentários do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que no domingo sugeriu que Pequim poderia estar "jogando para uma audiência diferente" ao negar que conversas com autoridades americanas estejam em andamento.
Paralelamente, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou durante a cúpula de chanceleres dos países do BRICS no Rio de Janeiro que ceder à pressão dos Estados Unidos levará apenas a novas exigências por parte de Washington.

Segundo ele, a coerção e a intimidação estão fragilizando os fundamentos do sistema multilateral, e defendeu que os BRICS reforcem a defesa de um comércio regulado por normas.
"Os Estados Unidos praticam o unilateralismo e priorizam seus próprios interesses em detrimento do interesse público internacional", declarou Wang. "A lei da selva, na qual o mais fraco é dominado pelo mais forte, está em vigor. A coerção e a intimidação já não são disfarçadas, e as bases das relações internacionais estão sob ameaça constante", completou.
- A tensão comercial se intensificou no início de abril, quando o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas elevadas contra diversos parceiros comerciais. As taxas foram reduzidas para 10% na maioria dos casos, mas mantidas em patamares muito mais elevados para produtos chineses.
- Washington impôs tarifas que chegaram a 145% sobre bens importados da China, e Pequim respondeu com medidas semelhantes, atingindo até 125% sobre produtos norte-americanos. Posteriormente, Trump admitiu a possibilidade de redução, mas afirmou que as tarifas não seriam eliminadas por completo.
QUAIS SÃO AS GUERRAS COMERCIAIS DA ERA TRUMP E SEUS OBJETIVOS? SAIBA MAIS EM NOSSO ARTIGO.
