O governo chinês afirmou nesta segunda-feira (28) que grãos dos Estados Unidos, como soja, milho e sorgo, "podem ser facilmente substituídos", divulgou a agência Bloomberg nesta segunda-feira (28).
A declaração foi feita por Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, em meio às tensões comerciais entre Pequim e Washington.
Com a imposição de tarifas, a China tem ampliado a compra de soja brasileira, cuja exportação deve crescer 32% a mais do que no último mês, segundo a emissora estatal CCTV.
A disputa teve início com a imposição de tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que levaram a aumentos de até 245% nas taxas sobre produtos chineses. Em resposta, Pequim elevou em 125% as tarifas aplicadas a mercadorias dos Estados Unidos.
Como resultado, cerca de 40 navios carregados com soja brasileira devem atracar no porto chinês de Zhoushan em abril, o que representa um aumento de 48% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Ao todo, a previsão é de que 700 mil toneladas de soja sejam descarregadas na China neste mês, reforçando a estratégia do país asiático de diversificar suas fontes de grãos.
"A China passou a diversificar suas fontes de grãos nos últimos anos e passou a comprar mais soja brasileira, à medida que a guerra comercial desencadeada pelas tarifas do presidente Donald Trump torna inviáveis as compras de safras dos EUA", afirmou Chenxin.
O movimento de substituição também foi observado em outros setores. Na última semana, a China cancelou a compra de 12,30 mil toneladas de carne suína dos Estados Unidos, abrindo espaço para fornecedores brasileiros.
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