O ministro da Defesa do Paquistão comunicou, em entrevista à agência Reuters nesta segunda-feira, ter reforçado suas forças militares após uma escalada na crise entre os dois países, não descartando o uso de armas nucleares em caso de "ameaça direta" à existência do país.
"Nós reforçamos nossas forças porque é algo que é iminente agora. Então, nessa situação algumas decisões devem tomadas", declarou Khawaja Muhammad Asif, antecipando um conflito entre as duas nações nucleares.
Contudo, a autoridade afirmou à RIA Novosti que seu país não deseja agravar a situação entre os países, posicionando suas ações como defensivas.
"Índia e Paquistão são ambos potências nucleares. Porém eu não acredito que isso irá tão longe. Não vamos tirar conclusões precipitadas que podem parecer um pouco exageradas", disse, apontando que, caso o país vizinho tente um ataque, será respondido "com uma resposta mais do que proporcional".
Asif qualificou como "um ato de guerra" a suspensão do Tratado das Águas do Indo, deixando áreas vulneráveis sem água. O acordo dividiu o rio e seus afluentes entre a Índia e o Paquistão, garantindo o compartilhamento de sua água entre as duas nações.
O funcionário de alto escalão alertou para a escalada da retórica da Índia, após ter sido informado pelo Exército paquistanês sobre a possibilidade de um ataque indiano. Ele não entrou em detalhes sobre essas alegações.
Diálogos internacionais
O funcionário de alto escalão também afirmou ter dialogado com países aliados pelo mundo sobre a situação.
A China se pronunciou nesta segunda-feira, apelando para uma diminuição das tensões e uma investigação imparcial sobre o ataque terrorista na Caxemira que causou 26 mortes. O ministro das Relações Exteriores do país, Wang Yi, destacou que um conflito não serviria aos interesses de nenhuma das nações envolvidas, impactando na manutenção da paz e na estabilidade da região.
Na última semana, Donald Trump declarou que Islamabad e Nova Délhi resolveriam suas relações entre si. Contudo, o Departamento de Estado informou posteriormente que Washington mantinha diálogos com ambas as partes.
Tensões escalam após ataque
A crise diplomática entre os países do sul asiático escalou significativamente após um ataque terrorista deixar ao menos 26 mortos no dia 22 de abril, na região da Caxemira, disputada pela Índia e pelo Paquistão.
Após o atentado, Islamabad e Nova Délhi trocaram acusações sobre a responsabilidade do ataque. Enquanto o Paquistão nega seu envolvimento, a Índia mantém a posição de que o país vizinho abriga e financia grupos militantes.