Mauro Vieira cobra reforma do Conselho de Segurança da ONU e defende papel do BRICS na estabilidade global

O ministro observou que a arquitetura internacional mostra "sinais de desordem", destacando o importante papel do BRICS na solução dos problemas globais da atualidade.

O sistema de governança internacional, o que inclui as Nações Unidas, não está conseguindo lidar com os desafios atuais e precisa de ser renovado, com o BRICS assumindo um papel crucial nesse processo, destacou o chanceler do Brasil, Mauro Viera, nesta segunda-feira (28).

"Esta reunião acontece em um momento em que nosso papel como grupo é mais vital do que nunca", afirmou ele no discurso de abertura da reunião de chanceleres do BRICS, observando que a expansão do grupo criou uma oportunidade ímpar para que os países respondam aos inúmeros desafios globais.

O chanceler brasileiro enfatizou a "posição única" que o grupo de onze países ocupa "para a promoção da paz e da estabilidade baseadas no diálogo, no desenvolvimento e na cooperação multilateral".

Renovação do sistema internacional

"O deslocamento forçado, a fome e a degradação ambiental aumentam a taxas alarmantes. No entanto, os mecanismos internacionais permanecem lentos, politizados e, às vezes, paralisados ​​diante de necessidades urgentes", observou o ministro.

Ele enfatizou que, enquanto a arquitetura internacional criada após a Segunda Guerra Mundial está em "desordem", o BRICS tem "um papel vital a desempenhar no reforço dos princípios do direito internacional, no apoio à solução pacífica de controvérsias e na promoção da reforma das instituições multilaterais".

Em particular, Mauro Viera destacou a necessidade e o potencial do BRICS de promover a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que, segundo ele deveria "melhor refletir as realidades geopolíticas contemporâneas".

Avanço da paz

O chanceler brasileiro também abordou o papel do BRICS na promoção da paz e na resolução pacífica dos conflitos ao redor do mundo, incluindo a crise no Haiti (onde o Brasil conduziu uma missão de paz), o conflito ucraniano, a guerra palestino-israelense e as tensões no Sudão.

"O caminho para a paz não é fácil nem linear. Mas o BRICS pode e deve ser uma força para o bem, não como um bloco de confronto, mas como uma coalizão de cooperação", declarou.

Ele concluiu reiterando a importância de reforçar "um mundo multipolar onde a segurança não é privilégio de poucos, mas um direito de todos".

QUER SABER MAIS SOBRE O BRICS E SEU PAPEL EM UM MUNDO MULTIPOLAR? CONFIRA NOSSO ARTIGO.