
Cientistas descobrem relação entre gordura corporal e depressão

Um estudo recente, publicado no Journal of Affective Disorders, revelou que a quantidade e a distribuição de gordura no corpo estão associadas a sintomas depressivos.
A descoberta foi feita por uma equipe de cientistas chineses que analisaram dados de mais de 10 mil adultos nos Estados Unidos.

A obesidade e a depressão frequentemente andam juntas, mas ainda não se sabe exatamente como uma influencia a outra. Para investigar essa relação, os pesquisadores usaram um exame de alta precisão chamado absorciometria de raio-X duplo, que mede a quantidade de gordura e a massa muscular e óssea de todo o corpo.
Além disso, os participantes responderam a um questionário (PHQ-9) para avaliar sintomas de depressão. O estudo também considerou fatores como estilo de vida, hábitos, situação socioeconômica e outras condições de saúde.
Os resultados mostraram algo interessante: pessoas com maior nível de gordura corporal, principalmente na cabeça, nas pernas e na região ginóide (quadris, coxas e bumbum), apresentam maior probabilidade de apresentar depressão.
Essa relação se mostrou ainda mais forte nos homens e em pessoas com peso abaixo ou acima do ideal. Ou seja, não é só o peso que importa, mas onde a gordura se acumula no corpo.
Os pesquisadores explicam que a gordura em excesso pode liberar substâncias inflamatórias que afetam o cérebro, além de desregular hormônios como a leptina, que influencia o humor.
"A obesidade e a depressão compartilham mecanismos biológicos e se reforçam mutuamente", destacam os autores. Isso significa que cuidar da composição corporal pode ser um passo importante para proteger a saúde mental.
