
Paquistão diz que 'todas as opções estão sobre a mesa' para responder à suspensão de acordo hídrico

Marriyum Aurangzeb, ministra da Informação e Radiodifusão do Paquistão, afirmou neste domingo à imprensa saudita que ''todas as opções estão sobre a mesa'' para responder à decisão da Índia de suspender o Tratado das Águas do Indo.
Mais cedo, o ministro das Ferrovias paquistanês, Muhammad Hanif Abbasi, havia realizado uma afirmação ainda mais incisiva sobre as crescentes tensões com o país vizinho, declarando que os mísseis nucleares de Islamabad ''não são de decoração; eles foram feitos para a Índia''.
No dia anterior, uma fonte importante do governo indiano afirmou que seu país está preparando uma retaliação militar contra o Paquistão. "Estamos discutindo a natureza do ataque. Desde 2019, tomamos uma série de medidas para modernizar nossas armas. Temos a opção de atacar os terroristas de dentro de nosso território'', afirmou.
A referência a 2019 diz respeito a um atentado armado em Pulwama, situada na região contestada da Caxemira. Na ocasião, Nova Delhi reagiu ao ataque bombardeando a cidade paquistanesa de Balakot.
Tensões cada vez mais altas
A crise diplomática entre Índia e Paquistão escalou significativamente nesta semana após um ataque armado deixar ao menos 26 mortos na região da Caxemira.

Na quinta-feira (24), o governo paquistanês anunciou o fechamento de seu espaço aéreo para companhias indianas, cancelou todos os vistos concedidos a cidadãos da Índia — com exceção de peregrinos sikh —, e suspendeu integralmente as relações comerciais com o país vizinho. Além disso, foi determinado um prazo de 48 horas para que todos os indianos deixem o território paquistanês.
As ações foram uma resposta direta à decisão de Nova Délhi em suspender o Tratado das Águas do Indo, colocando em risco o abastecimento de água potável, a agricultura e a indústria paquistanesa. O governo indiano acusa o Paquistão de dar apoio a grupos responsáveis por atos de violência transfronteiriça.
