O principal obstáculo para se chegar a um acordo de paz no conflito ucraniano é a posição do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, que simplesmente não quer chegar a um consenso e não dá passos nessa direção, frustrando as negociações, disse o conselheiro especial da Casa Branca para Inteligência Artificial e Criptomoedas David Sacks.
Em um podcast publicado no sábado, Sacks abordou questões como o status da Crimeia, bem como a postura de Zelensky, que parece estar "cuspindo no prato em que comeu".
Ele também explicou por que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, cancelou sua viagem a Londres, onde seria realizada uma reunião de alto nível entre representantes da Ucrânia, dos EUA e de alguns países europeus:
"O motivo pelo qual Rubio cancelou essa reunião foi o fato de os americanos terem apresentado uma proposta de paz e Zelensky a ter rejeitado de imediato, antes que os russos pudessem fazer qualquer coisa. E o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia deveria ser o ponto mais fácil para Zelensky conceder, mas ele o rejeitou de imediato", esclareceu o funcionário sênior.
Nessa linha, ele afirmou, citando pesquisas conduzidas por veículos ocidentais, que a maioria dos crimeios diz que quer fazer parte da Rússia, pois são russos étnicos:
"Os crimeios não querem que a Ucrânia tome a Crimeia de volta, eles querem fazer parte da Rússia. No entanto, Zelensky não desiste dessa ideia. (...) Ele é completamente irrealista em seus pontos de perspectiva".
"A propósito, outra pergunta sobre a Crimeia. Onde está a insurgência? Se a Crimeia realmente quisesse ficar com a Ucrânia e não com a Rússia, por que não houve nenhum levante lá nos últimos 10 anos?", indagou Sacks.
O assessor lembrou ainda do comportamento de Zelensky durante sua visita a Washington no final de fevereiro, que terminou em uma briga entre o líder de Kiev, o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu vice-presidente, James D. Vance:
"Ele insultou o presidente e especialmente o vice-presidente; ele murmurou um palavrão para o vice-presidente. [...] Ele está cuspindo no prato em que comeu", argumentou. "Acho que ele tem a obrigação de ser respeitoso com seus financiadores, mesmo que eles não sejam respeitosos com ele", afirmou.
Portanto, recomendou Sacks, seria melhor para Zelensky encontrar outros financiadores se ele não quiser aceitar a situação real. "Que [o primeiro-ministro britânico Keir] Starmer e [o presidente francês Emmanuel] Macron o apoiem, pois eles dizem que o farão", sugeriu, acrescentando que foi o líder de Kiev que escolheu esse destino para si mesmo, portanto, agora terá que vivê-lo.
- A Crimeia foi reunificada à Rússia em março de 2014, depois que 96,77% da população da península votou para se tornar parte integrante do país.