Três quartos dos alimentos da Nestlé não são saudáveis, segundo acionistas

A multinacional suíça Nestlé está enfrentando uma petição formal de alguns de seus acionistas, que estão exigindo que a empresa aumente significativamente seu catálogo de produtos saudáveis, argumentando que três quartos de suas vendas são provenientes de alimentos não saudáveis, informa a Bloomberg na quinta-feira, citando documentos oficiais.
A coalizão de acionistas, incluindo a instituição de caridade ShareAction, que se dedica a promover o investimento responsável e a melhorar o comportamento corporativo em questões ambientais e sociais, emitiu uma resolução solicitando que a Nestlé estabeleça metas para aumentar as vendas de alimentos mais saudáveis e implemente padrões internacionais sobre alimentos saudáveis.
Essas exigências ocorrem em um momento em que cresce a pressão sobre as empresas de alimentos para que produzam uma gama de produtos mais saudáveis em meio aos crescentes problemas de saúde relacionados à má nutrição. Para que as medidas sejam aprovadas, devem receber de apoio de pelo menos 50% mais um voto em uma votação a ser realizada em abril durante a assembleia anual.
A ShareAction já havia criticado a Nestlé por depender demasiadamente "das vendas de alimentos não saudáveis" e não fazer o suficiente para aumentar as vendas de produtos nutritivos. Desde então, as discussões sobre o assunto chegaram a um impasse.
De acordo com Catherine Howarth, diretora executiva da ShareAction, "três quartos das vendas globais da Nestlé são de produtos não saudáveis que contêm altos níveis de sal, açúcar e gordura". A empresa, por sua vez, afirma que esses dados estão errados e lembra que a Nestlé foi a primeira empresa a medir o valor nutricional de seus produtos com um sistema de classificação aprovado pelo governo.