Presidência do Brasil no BRICS articula declaração conjunta para fortalecer comércio multilateral

Foi apresentada neste sábado (26) pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores e Sherpa do Brasil no BRICS, o embaixador Maurício Carvalho Lyrio, uma prévia dos assuntos que serão discutidos no encontro entre chanceleres dos países-membros do BRICS, a ser realizado nos dias 28 e 29 de abril, no Rio de Janeiro.

O negociador reafirmou como uma das prioridades da presidência do Brasil o apoio ao sistema de comércio multilateral, informando que os ministros já estão negociando para emitirem uma declaração que reforcem críticas a "medidas unilaterais de qualquer origem", citado pela Agência Brasil.

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Nesse sentido, o Brasil vê o BRICS como mais um espaço para reiterar sua oposição a medidas dessa natureza no cenário internacional.

A fala ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, decretar uma nova política tarifária em seu país, que causou receio generalizado na economia global durante as últimas semanas.

Ademais, Lyrio ressaltou a importância do fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC), como mediadora de conflitos entre nações no âmbito econômico. O secretário denunciou a paralisação do Órgão de Apelação (OA), responsável pelas decisões em segunda instância, desde 2019, após os EUA bloquearam indicações de novos juízes.

De acordo com o funcionário do Itamaraty, "Isso priva o sistema multilateral do instrumento utilizado para solucionar controvérsias". Com sua inoperância, as nações ficam restritas a soluções bilaterais, com juízes indicados pelos próprios países.

Prioridades da presidência

Outra prioridade colocada pela presidência brasileira é o financiamento para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Dentre as propostas, está a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que contaria com maior investimento de países com um histórico poluente maior.

Além disso, temas como o papel dos BRICS na garantia da paz, na resolução de conflitos geopolíticos, na reforma da governança global, e no fortalecimento do papel do Sul Global no mundo estão previstos na agenda de discussões.

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