Índia prepara 'retaliação militar' contra Paquistão - imprensa indiana

Anteriormente, o ministro da Defesa do Paquistão informou que o mundo deveria se preocupar com o conflito de seu país com a Índia, já que ambos são potências nucleares.

O governo da Índia está preparando ''retaliações militares'' contra o Paquistão, informou neste sábado a imprensa indiana, citando uma ''fonte importante do governo''.

"Haverá retaliação militar e estamos preparados. Estamos discutindo a natureza do ataque... Desde 2019, tomamos uma série de medidas para modernizar nossas armas. Temos a opção de atacar os terroristas de dentro de nosso território'', afirmou a fonte, citada pelo jornal The Indian Express.

A referência a 2019 diz respeito a um atentado armado em Pulwama, situada na região contestada da Caxemira. Na ocasião, Nova Delhi reagiu ao ataque bombardeando a cidade paquistanesa de Balakot.

DS Hooda, Tenente-general e ex-comandante geral do Comando do Norte do Exército da Índia, confirmou as informações ao veículo:

''Eu não descartaria completamente a opção militar neste momento. Na verdade, alguns alvos podem ser eliminados até mesmo do seu lado da Linha de Controle. Há o uso de drones de ataque que pode ser feito. (...) Mas não é como se o uso de forças terrestres estivesse complemente descartado'', afirmou Hooda.

Tensões cada vez mais altas

A crise diplomática entre Índia e Paquistão escalou significativamente nesta semana após um ataque armado deixar ao menos 26 mortos na região da Caxemira.

Na quinta-feira (24), o governo paquistanês anunciou o fechamento de seu espaço aéreo para companhias indianas, cancelou todos os vistos concedidos a cidadãos da Índia — com exceção de peregrinos sikh —, e suspendeu integralmente as relações comerciais com o país vizinho. Além disso, foi determinado um prazo de 48 horas para que todos os indianos deixem o território paquistanês.

As ações foram uma resposta direta à decisão de Nova Délhi em suspender o Tratado das Águas do Indo, acordo firmado em 1960 que regula o uso dos rios compartilhados. O governo indiano acusa o Paquistão de dar apoio a grupos responsáveis por atos de violência transfronteiriça.

Islamabad, por sua vez, rejeita as acusações e afirmou que qualquer tentativa de "interromper ou desviar o fluxo de água pertencente ao Paquistão será considerada um ato de guerra".

Nesse contexto, o ministro da Defesa do Paquistão informou que o mundo deveria se preocupar com o conflito de seu país com a Índia, já que ambos são potências nucleares.