Berlim voltará a proibir bandeiras russas no 'Dia da Vitória' - imprensa alemã

A medida, baseada em decretos emitidos em anos anteriores, valerá para os dias 8 e 9 de maio e inclui também uniformes, símbolos militares e fotos de líderes.

A polícia de Berlim planeja manter a proibição do uso de bandeiras e faixas russas durante as comemorações do "Dia da Vitória", que ocorrem nos dias 8 e 9 de maio nos memoriais soviéticos da capital alemã.

A restrição se aplicará nas áreas de Treptow, Mitte e Pankow, entre 6h do dia 8 e 22h do dia 9. A informação foi divulgada pelo jornal alemão Berliner Morgenpost.

Além das bandeiras da Rússia, símbolos da antiga União Soviética, Belarus e Chechênia também estão proibidos, assim como uniformes militares, fitas de São Jorge e as letras "Z" e "V". Pela primeira vez, imagens dos chefes de Estado desses países também não poderão ser exibidas.

Segundo a polícia, "o objetivo é prevenir a violência e as atividades associadas de propaganda e geração de publicidade em público", garantindo um ambiente seguro durante os eventos. A medida se baseia em decretos emitidos nos anos anteriores.

Veteranos da Segunda Guerra Mundial e diplomatas poderão ser parcialmente isentados da norma.

Decisões como essas têm provocado reações do governo russo. O embaixador da Rússia na Alemanha, Sergei Nechayev, classificou na quinta-feira (24) as proibições como uma "amarga decepção", apontando que elas enfraquecem os esforços de reconciliação entre os dois países.

Além disso, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha recomendou que municípios evitem convidar representantes da Rússia e da Bielorrússia para os eventos comemorativos do 80º aniversário da derrota da Alemanha nazista.

Mesmo com as tensões, a Embaixada Russa foi autorizada a realizar uma cerimônia memorial no antigo campo de concentração de Sachsenhausen, no dia 28 de abril.

Anteriormente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou o governo alemão de russofobia e de "exibir sinais de neonazismo".