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'Crimeia vai continuar com a Rússia' como parte do acordo de paz, diz Trump

O presidente dos EUA identifica a origem da crise como o momento em que "começaram a falar sobre a entrada [da Ucrânia] na OTAN":
'Crimeia vai continuar com a Rússia' como parte do acordo de paz, diz TrumpGettyimages.ru / B.inna

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a Crimeia "continuará com a Rússia" como parte de um acordo de paz para o conflito russo-ucraniano.

"[A Crimeia] já é deles há muito tempo. Já pertence a eles desde antes da chegada de Trump. (...) Isso é uma guerra que nunca deveria ter acontecido", afirmou o presidente dos EUA em uma entrevista publicada nesta sexta-feira pela revista Time. 

Trump acusa Kiev de ter iniciado o conflito e aponta que a crise teve início quando "começaram a falar sobre a entrada [da Ucrânia] na OTAN":

"Acredito que o que deu início à guerra foi quando começaram a falar sobre a entrada [da Ucrânia] na OTAN", disse ele durante a entrevista, acrescentando que "a Crimeia continuará com a Rússia".

Anteriormente, o jornal The Telegraph informou, citando um dossiê sobre as exigências de Kiev ao qual teve acesso, que a Ucrânia espera evitar qualquer reconhecimento internacional formal da soberania russa sobre a Crimeia.

Postura ''nociva'':

Enquanto Moscou e Washington continuam com os diálogos para resolver a crise ucraniana, Kiev segue firme em suas exigências e se recusa a fazer concessões. O líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, rechaçou a diplomacia e afirmou que a Ucrânia busca a paz com a Rússia pela força, pedindo aos EUA que usem seu poder para pressionar Moscou. 

A postura inflexível de Kiev tem gerado frustração na Casa Branca, com Trump afirmando que sua paciência está se esgotando. O presidente dos EUA criticou a postura de Zelensky, considerando-a "muito nociva para as negociações de paz".

"Se vocês querem a Crimeia, por que não lutaram por ela há 11 anos, quando foi entregue à Rússia sem que um tiro fosse disparado? [...] São declarações inflamadas como as de Zelensky que tornam tão difícil resolver essa guerra. Ele não tem nada do que se gabar", escreveu o líder norte-americano no Truth Social.

  • A Crimeia foi reunificada à Rússia em março de 2014 depois que 96,77% da população da península votou a favor de se tornar parte integrante da Federação Russa.