Trump: 'Nós fomos roubados por todos os países do mundo, amigos e inimigos'

O presidente norte-americano comunicou ter dialogado com 90 paises sobre as tarifas, defendendo-as como forma de resguardar seu país contra práticas comerciais prejudiciais.

Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu país foi "roubado por praticamente todos os países do mundo, amigos e inimigos".

O mandatário norte-americano criticou práticas comerciais que, segundo ele, prejudicaram a economia americana ao longo dos anos. A declaração foi feita durante uma conferência de imprensa após a assinatura de ordens executivas, com a presença de jornalistas e veteranos militares.

Trump voltou a defender o uso de tarifas sobre produtos importados como forma de proteger a indústria nacional e recuperar perdas históricas.

"Estávamos perdendo quase 5 bilhões de dólares por ano. Nenhum país consegue sustentar isso", disse. O presidente ressaltou que medidas recentes, como tarifas sobre carros, alumínio e aço, teriam equilibrado a balança comercial e incentivado a abertura de novas fábricas no país.

Guerra comercial com a China

Referindo-se especificamente à China, Trump declarou que o país asiático "não está fazendo nenhum negócio conosco" devido à tarifa de até 245% imposta pelos EUA aos seus produtos. Segundo o presidente, essa alíquota alta foi uma resposta ao envio de grandes quantidades de fentanil ao território americano.

Eles estão matando muitas pessoas, provavelmente mais de 200 mil por ano”, afirmou.

Durante a coletiva, Trump destacou que negociações estão em curso com cerca de 90 países, mas alertou: "Se não tivermos um acordo, vamos simplesmente definir a tarifa". O presidente ainda defendeu que, caso não haja cooperação internacional, os Estados Unidos seguirão cobrando valores definidos unilateralmente.

Uma nação de tarifas

O líder americano também fez referências históricas para justificar sua política tarifária. Segundo ele, entre 1870 e 1913, os EUA eram "uma nação de tarifas" e viviam seu período de maior riqueza proporcional. "Tínhamos tanto dinheiro que não sabíamos o que fazer com ele", comentou.

Questionado sobre sua agenda internacional, Trump confirmou encontros com outros líderes durante sua próxima viagem a Roma no próximo sábado (23), para atender ao funeral do Papa Francisco, sem citar nomes.

QUAIS SÃO AS GUERRAS COMERCIAIS DA ERA TRUMP E SEUS OBJETIVOS? SAIBA MAIS EM NOSSO ARTIGO.