
Kremlin explica o porquê da reunião em Londres sobre conflito ucraniano não ter ocorrido

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou sobre o motivo do adiamento de uma reunião de alto nível sobre um cessar-fogo no conflito ucraniano que estava marcada esta quarta-feira (23) em Londres.
"Pelo que entendemos, ainda não foi possível alcançar um entendimento sobre algumas questões. E é por isso que esta reunião não aconteceu hoje", disse o porta-voz aos repórteres.
Peskov esclareceu que não se tratava de uma cúpula, mas de uma reunião entre enviados dos EUA e da Ucrânia a fim de que os americanos pudessem continuar seus esforços de mediação.
O nível da reunião foi rebaixado para conversas oficiais fechadas à imprensa após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, cancelar sua participação depois que o regime de Kiev rejeitou uma das principais propostas do presidente Donald Trump para encerrar o conflito: o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia.

Ele também reiterou que o processo de negociações entre Moscou e Washington ainda está em andamento. "Continuamos, reitero, nossos contatos com os americanos. Não temos contatos com os europeus, nem com os ucranianos", disse Peskov, acrescentando que o presidente russo, Vladimir Putin, está disposto a negociar com todos os lados para que seja possível viabilizar um acordo.
Quanto à iniciativa de enviar forças de manutenção de paz para a Ucrânia compostas por tropas ocidentais após o fim do conflito, Dmitry Peskov reiterou que Moscou se opõe à medida. "Na verdade, serão forças e meios da OTAN no território da Ucrânia. Essa é, de fato, [...] uma das causas fundamentais do início da Operação Militar Especial da Rússia", explicou ele.
- Anteriormente, o New York Post, citando uma autoridade sênior dos EUA, informou que o plano de Trump para resolver o conflito na Ucrânia prevê o envio de tropas europeias para o país após um cessar-fogo.
- A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, disse que a chamada "coalizão dos dispostos", que reúne cerca de 30 países aliados a Kiev, não apresentou planos concretos para um acordo de ação conjunta.
- O Kremlin alertou repetidamente que a presença de tropas da OTAN na Ucrânia, em qualquer formato que se apresente, representa uma ameaça à Rússia e significaria uma nova escalada, o que Moscou não aceitará sob quaisquer circunstâncias.
