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África paralisa suas principais fábricas de cacau

Esse cenário poderia aumentar os preços do chocolate em todo o mundo.
África paralisa suas principais fábricas de cacauGettyimages.ru / Rebecca Blackwell

As principais fábricas de processamento de cacau em Gana e na Costa do Marfim, dois países que produzem cerca de 60% do cacau do mundo, foram forçadas a fechar ou reduzir sua atividade devido à dificuldade de adquirir os grãos, segundo a Reuters, citando fontes comerciais. Isto poderia disparar os preços do chocolate em todo o mundo. 

A estatal Transcao, uma das nove principais fábricas da Costa do Marfim, o maior produtor de cacau, informou que parou de comprar grãos por causa dos altos preços e agora está processando estoques. De acordo com as fontes consultadas, a fábrica está praticamente paralisada.

Pessoas familiarizadas com o assunto disseram que, em fevereiro, a multinacional norte-americana Cargill teve que interromper as operações em sua principal fábrica no país da África Ocidental por uma semana devido à escassez de grãos.

Em Gana, o segundo maior produtor de cacau, muitas de suas oito fábricas foram fechadas várias vezes por semanas desde o início da temporada em outubro. A empresa estatal Cocoa Processing Company (CPC) disse que está operando com cerca de 20% da capacidade.

O aumento dos preços dos grãos de cacau deve-se às colheitas mais baixas causadas pelas más condições climáticas que afetam os dois países. Isso alterou o mecanismo de compra de grãos, pois os comerciantes locais, que em circunstâncias normais os vendem a preços acordados com antecedência, agora pagam uma sobretaxa aos agricultores para garantir para assegurar os frutos, vendidos no mercado a preços mais altos. Os comerciantes mundiais se apressam para comprar grãos, enquanto as usinas de processamento locais ficam sem grãos.