Musk deixará de priorizar governo Trump após vendas da Tesla caírem

O empresário anunciou que dedicará mais atenção aos negócios da montadora, após a queda de 71% no lucro líquido em comparação ao mesmo período de 2024 e a crescente pressão de investidores.

O empresário Elon Musk anunciou nesta terça-feira (22) que irá reduzir sua atuação no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) para dedicar mais tempo às operações da sua empresa Tesla. A decisão ocorre em meio à pressão de investidores, após resultados financeiros abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2025.

Durante uma conferência com investidores, Elon Musk sinalizou que pretende reduzir seu envolvimento direto com o DOGE, afirmando que a etapa mais intensa da iniciativa está praticamente concluída. Segundo ele, a estruturação da equipe e os esforços para reorganizar as finanças federais avançaram significativamente. Ainda assim, o bilionário afirmou que continuará acompanhando o projeto, dedicando cerca de 40% de sua agenda ao programa, publicou a agência Reuters.

Tesla

O anúncio foi feito durante a divulgação do balanço trimestral da montadora, que revelou queda de 71% no lucro líquido em comparação ao mesmo período do ano anterior. A receita total da Tesla caiu 9%, com um recuo de 20% especificamente nas vendas de automóveis. O lucro ajustado encolheu 39%, desempenho pior do que o esperado por analistas, conforme relatado pela imprensa norte-americana.

Os resultados acenderam alertas em meio à crescente concorrência no mercado global de veículos elétricos e às tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

A Tesla informou no começo de abril que enfrentou a maior retração nas vendas desde sua fundação. No primeiro trimestre deste ano, a montadora entregou cerca de 50 mil veículos a menos em relação ao mesmo período de 2023.

A Tesla enfrentou uma onda recente de protestos em diferentes partes do mundo, impulsionada por atos de vandalismo, campanhas de boicote e manifestações organizadas por consumidores descontentes com Elon Musk. 

''O impacto do vandalismo e da hostilidade injustificada contra a nossa marca e os nossos funcionários repercutiu em alguns mercados'', disse o diretor financeiro da empresa, Vaibhav Taneja.