A China apresentou nesta terça-feira (22), em Xangai, um plano de ação para fortalecer o uso do yuan em transações internacionais e ampliar seu próprio sistema de pagamentos, com o objetivo de reduzir a dependência do dólar americano em meio ao aumento das tensões comerciais com os Estados Unidos.
O plano foi divulgado em conjunto pelo governo municipal de Xangai, pelo Banco Popular da China e por reguladores financeiros do país. A informação foi divulgada pela imprensa local.
Uma das metas centrais é posicionar Xangai como centro financeiro global, visando ampliar o Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço (CIPS), alternativa chinesa ao sistema Swift.
De acordo com o documento, a cidade "aumentará a funcionalidade" do CIPS e continuará expandindo sua presença internacional, especialmente entre países do Sul Global.
A proposta surge em um contexto de crescente desconfiança sobre os ativos norte-americanos. Segundo pesquisa do Instituto Monetário Internacional da Universidade Renmin, divulgada no domingo (20), empresas demonstram maior interesse em utilizar o yuan para pagamentos internacionais.
Para economistas, a volatilidade no mercado de títulos do Tesouro dos EUA e as políticas recentes adotadas por Washington criam oportunidades para a internacionalização da moeda chinesa, embora o dólar ainda mantenha posição dominante no comércio global.
Segundo os dados mais recentes da Universidade Renmin, o percentual de empresas que planejam aumentar as liquidações em yuan subiu de 21,5% no segundo trimestre de 2024 para quase 24% no primeiro trimestre de 2025.