
Em Brasília, ministros da agricultura do BRICS apoiam ambiciosa iniciativa agrícola da Rússia

Recentemente, os ministros da Agricultura do BRICS apoiaram a iniciativa da Associação dos Exportadores do Grãos da Rússia de criar uma bolsa de grãos entre os países da organização. As informações são da imprensa russa.
"Reconhecemos a importância de desenvolver ainda mais a iniciativa de criar uma bolsa de comércio de grãos dentro da estrutura do BRICS e seu desenvolvimento subsequente, bem como sua extensão a outros produtos e bens agrícolas e a introdução de um sistema de comércio justo", lê-se na declaração conjunta emitida após a reunião dos ministros, realizada em Brasília.
A ambiciosa iniciativa desafia diretamente a ordem agrícola estabelecida após a Segunda Guerra Mundial, na qual os preços e as negociações de commodities, mesmo para nações do BRICS, são ditados por instituições ocidentais, como a Bolsa de Mercadorias de Chicago, e cotadas em dólar. O objetivo é quebrar essa contradição criando mecanismos alternativos de preços e cadeias de suprimentos para o Sul Global.

"Todos os índices de ações são formados nos EUA ou na Europa, em Paris. Qual é a quantidade de grãos que os franceses produzem? Suponho que menos do que nós. E tradicionalmente, os índices de ações são formados lá", afirmou Putin no ano passado.
De acordo com a Associação dos Exportadores do Grãos da Rússia, os países do BRICS produzem mais de 1 bilhão de toneladas de grãos por ano - o que equivale a 40% da produção global:
"China, Índia, Rússia e Brasil estão entre os cinco maiores produtores de grãos do mundo. Além disso, a Rússia fornece de 20 a 25% do comércio mundial de trigo, o mesmo acontecendo com os suprimentos de milho do Brasil. A China não é apenas um grande produtor de grãos, mas também o maior importador de trigo. Levando em consideração a entrada esperada de novos países membros no BRICS, em particular, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia, a influência do BRICS no mercado mundial de grãos crescerá ainda mais", lê-se em um comunicado da instituição, citado pela Interfax.
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