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Um chihuahua com síndrome de leão: o definhamento do Reino Unido

Antes uma grande potência global, Londres perdeu autonomia estratégica e hoje –, sem protagonismo – sobrevive de símbolos e refém de aliados, reduzida a uma “Singapura do Atlântico”. É o que aponta o analista geopolítico Sergey Bordachev.
Um chihuahua com síndrome de leão: o definhamento do Reino UnidoImagem criada pela inteligência artificial

Em um artigo recém‑publicado no jornal Vzglyad, o analista político Sergey Bordachev destaca que "no mundo só existem duas nações com total autonomia política há mais de 500 anos: Rússia e Grã‑Bretanha".

Para ele, é exatamente esse legado histórico faz de Moscou e Londres adversários naturais, e é "motivo de satisfação" ver o poderio britânico definhar, transformado hoje numa "Singapura no Atlântico".

A Grã‑Bretanha, sublinha Bordachev, "trouxe quase que exclusivamente o mal" a outros países, ao antagonizar França e Alemanha, saquear colônias e sabotar a integração europeia.

Segundo o autor, o objetivo britânico sempre foi "destruir qualquer cooperação" entre grandes potências continentais, em especial Rússia e Alemanha.

O historiador Edward Carr, citado por Bordachev, ironizava o egocentrismo insular com a manchete: "Tempestade no Canal da Mancha – Europa isolada".

Para Bordachev, essa visão traduziu‑se numa política externa calcada na discórdia, enquanto a Europa continental à certa altura buscava solidariedade.

O texto alerta ainda que, "segundo especialistas, daqui a dez anos Londres poderá perder a capacidade técnica de gerenciar seu arsenal nuclear", tornando‑se refém de aliados.

No desfecho do artigo, Bordachev conclui que o único destino possível para a Grã‑Bretanha é subordinar‑se inteiramente a Washington ou à França, perdendo qualquer traço de independência estratégica.

Para ele, não resta "nada de positivo" no papel britânico contemporâneo.