
'Sonho dos cientistas': Putin impulsiona criação de reator que reaproveita combustível nuclear

O presidente russo, Vladimir Putin, determinou na última sexta-feira (18) que o governo preparasse propostas para acelerar a criação de um reator nuclear para a pesquisa de sais fundidos, necessários para a "queima" de substâncias radioativas perigosas.
De acordo com a ordem executiva, o governo, em conjunto com a corporação nuclear estatal russa Rosatom e Instituto Kurchátov, deve elaborar e apresentar até 1º de junho propostas para acelerar a criação de um reator que consiste em um módulo de reprocessamento de combustível nuclear usado.
No ano passado, a Rosatom informou que o reator deverá ser construído na planta nuclear do complexo químico-mineral da cidade de Zheleznogorsk, na região siberiana de Krasnoyarsk.
"O projeto servirá para testar tecnologias de eliminação de actinídeos menores, isótopos altamente radioativos e de longuíssima meia-vida que permanecem após o reprocessamento do combustível nuclear gasto dos reatores térmicos atualmente em operação", explicou Vasily Tinin, diretor de Políticas Públicas de Resíduos Radioativos da Rosatom.

De acordo com o especialista, no futuro, apenas alguns reatores desse tipo serão capazes de garantir o reaproveitamento de tamanho volume de combustível nuclear gasto produzido pelos reatores térmicos do país. "A energia sem resíduos radioativos é o sonho dos cientistas nucleares de todo o mundo. A Rússia é o país que mais avançou na tentativa de transformar esse sonho em realidade", afirmou.
O que é um reator a sal fundido?
Nos reatores a sal fundido (MSR, na sigla em inglês), utiliza-se sais fundidos como combustível ou fluído refrigerante. O sal fundido é um tipo de sal que se liquefaz a altas temperaturas e pode armazenar enormes quantidades de energia térmica sob pressão atmosférica, esclarece a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"Os MSR estão gerando cada vez mais interesse em nível internacional, pois podem fornecer grandes quantidades de eletricidade de maneira eficaz e econômica", aponta a AIEA.
