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Venezuela é exemplo de sistema de votação, diz Bolsonaro: 'Lá é voto eletrônico com voto impresso'

O ex-presidente também afirmou ser vítima de perseguição política, tendo sugerido que a depredação do 8/1 ocorreu antes da chegada de seus apoiadores acampados na Praça dos Três Poderes.
Venezuela é exemplo de sistema de votação, diz Bolsonaro: 'Lá é voto eletrônico com voto impresso'Gettyimages.ru / Wagner Meier

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, criticou duramente o processo eleitoral de seu país em uma entrevista concedida ao canal SBT na noite de segunda-feira.

Ele relembra que em 2015, na condição de parlamentar, ajudou a aprovar a minirreforma que previa a impressão de um comprovante de votação pela urna eletrônica. "Nós aprovamos, Dilma Rousseff vetou, nós derrubamos o veto com mais de 400 votos só na Câmara, e depois o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu dizer que voto impresso é inconstitucional'', criticou. 

O STF justificou a decisão, tomada em 2020, apontando para o ''risco do sigilo do voto ser violado'', observando que pessoas com deficiência visual, por exemplo, necessitariam de auxílio para verificar as informações do voto impresso.  

Nesse contexto, Bolsonaro mencionou a Venezuela e o Paraguai como bons exemplos de sistema eleitoral:

''Eleições, hoje em dia, mais seguras que no Brasil, têm na Venezuela, têm no Paraguai. Lá o voto é eletrônico, igual ao nosso, com voto impresso do lado''.

"Absurdos e arbitrariedades''

Ao longo da entrevista, o ex-presidente criticou repetidamente as acusações criminais contra ele, afirmando ser vítima de um ''julgamento puramente político'' e comparando a sua situação com a da política francesa Marine Le Pen, declarada inelegível em um processo de corrupção.

"Eu sou o maior líder da direita da América do Sul. (...) E quando o mundo não consegue marchar para a direita, como você vê o que aconteceu na França, com Marine Le Pen e em outros países do mundo também, aí você vê que eles usam que é conhecido no mundo todo como eh lawfare, ou seja o ativismo judicial para afastar, por via judicial, os nomes da direita que possam fazer frente à esquerda".

Ele afirmou que o julgamento do STF sobre os atos contra prédios institucionais ocorridos em 8 de janeiro de 2023 "não tem nada de técnico", argumentando que a acusação contra ele de depredação de patrimônio tombado é incoerente, uma vez que ele estava nos Estados Unidos naquele dia.

Bolsonaro admitiu que o 8/1 foi uma ''manifestação que perdeu o controle'', mas sugeriu que a depredação aconteceu antes da chegada de seus apoiadores acampados na Praça dos Três Poderes. ''Estava tudo quebrado lá, imagens que nós temos de antes do horário que a turma chegou lá comprovam isso aí''. Além disso, criticou o tratamento dispensado aos manifestantes, que teriam sido tratados como ''terroristas''.