Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, lamentou a morte do Papa Francisco através de uma nota oficial publicada nesta segunda-feira:
"A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos", lê-se na nota.
Ao longo do comunicado, o presidente brasileiro destaca a "simplicidade, coragem e empatia" do pontífice, lembrando que ele foi o responsável por trazer ao Vaticano temas como as mudanças climáticas" e as críticas aos "modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças".
''Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito'', escreve Lula.
"O argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados".
Em razão do falecimento, o presidente brasileiro decretou sete dias de luto oficial em seu país.
Amizade de longa data
O presidente brasileiro e o pontífice tinham uma "relação de amizade", segundo o jornal Correio Braziliense. Eles teriam se conhecido quando Francisco ainda era cardeal em Buenos Aires.
''Quando o papa estava hospitalizado em Roma, Lula ressaltou que ele era uma referência de solidariedade e dedicação pela paz no mundo e no combate às desigualdades'', lembra o jornal.
Em 2019, quando Lula estava preso em Curitiba, o pontífice enviou uma carta a ao brasileiro, fazendo um apelo para ele "não desanimar e continuar confiando em Deus":
"Tendo presente as duras provas que o senhor ultimamente, especialmente a perda de alguns entes queridos - sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur de somente 7 anos -, quero lhe manifestar minha proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus", lê-se na carta, citada pela imprensa brasileira.
Já em 2022, após a eleição de Lula para um terceiro mandato, Francisco declarou à imprensa espanhola que o seu processo judicial ''começou com notícias falsas na mídia, que criaram um ambiente que favoreceu sua acusação":
"Isso não dá a impressão de que teria sido um processo nivelado. (...) Eles o preparam por meio da mídia de tal forma que influenciam aqueles que têm de fazer o julgamento e decidir. Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais de primeira classe que não têm outro interesse a não ser salvar a limpeza da justiça. Esse caso no Brasil é histórico, não estou me envolvendo em política. Estou contando o que aconteceu".
Desde então, o brasileiro se reuniu com o Bispo de Roma outras duas vezes: uma em 2023, e outra em junho de 2024. Nessa última, convidou Francisco para participar de uma campanha para "tornar o mundo mais humano", recorda o portal Poder360.