Israel ainda não descartou planos para um possível ataque às instalações nucleares do Irã, apesar da oposição do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está atualmente negociando com Teerã sobre o programa nuclear da República Islâmica. A Reuters informou neste sábado, citando uma autoridade israelense e duas outras pessoas familiarizadas com o assunto.
O governo israelense prometeu impedir que o Irã adquira uma arma atômica e seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, insistiu que qualquer negociação com Teerã deve levar ao desmantelamento completo de seu programa nuclear.
Nos últimos meses, Tel Aviv propôs várias opções à Casa Branca para atacar as instalações do Irã, que incluem cronogramas de ação para os próximos meses e exigirão um apoio significativo de Washington. Essas opções incluem uma combinação de bombardeio aéreo e operações de comando de intensidade variável, o que, de acordo com as estimativas, poderia atrasar a capacidade do Irã de desenvolver armas nucleares por alguns meses, um ano ou até mais.
Após a rejeição de tais propostas pelo líder dos EUA, relatada na quinta-feira pelo The New York Times, as autoridades israelenses estão avaliando a possibilidade de um ataque limitado que exigiria menos envolvimento militar dos EUA, de acordo com fontes. No entanto, isso ainda exigiria um compromisso de Washington para ajudar seu aliado a se defender contra uma possível retaliação do país persa.
Possíveis consequências
Caso a medida se concretize, em um momento em que as negociações entre o Irã e os EUA estão avançando, isso poderia criar uma barreira entre Trump e o governo israelense e comprometer o apoio dos EUA a Israel, disse.
Enquanto isso, um alto funcionário de segurança iraniano não identificado disse à Reuters que seu país estava ciente dos planos israelenses e alertou que qualquer ataque desencadearia "uma resposta dura e inabalável do Irã".
"Temos informações de fontes confiáveis de que Israel está planejando um ataque em grande escala contra as instalações nucleares do Irã. Isso se deve à insatisfação com os esforços diplomáticos em andamento em relação ao programa nuclear do Irã e também à necessidade de Netanyahu de recorrer ao conflito como meio de sobrevivência política", disse.