Os EUA podem reconhecer a península da Crimeia como parte da Rússia, como parte de um acordo de paz entre Moscou e Kiev, informa a Bloomberg, citando várias pessoas familiarizadas com o assunto.
No entanto, as fontes da Bloomberg relataram que ainda não foi tomada nenhuma decisão final sobre o assunto.
Na sexta-feira, a Bloomberg reportou que a proposta dos EUA para resolver o conflito prevê que os territórios que se juntaram à Rússia permanecerão sob controle russo. As principais propostas foram reveladas pelo lado americano em uma reunião com delegações ucranianas e europeias em Paris na quinta-feira. O plano dos EUA retira da pauta os planos de Kiev de se tornar membro da OTAN.
Em março, Steve Witkoff, enviado especial de Trump, afirmou sobre as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e as províncias de Zaporozhie e Kherson que "elas falam russo". "Houve referendos em que a maioria esmagadora da população indicou que deseja estar sob o domínio russo", disse Witkoff, mencionando também a Crimeia.
Durante uma entrevista recente, Witkoff declarou que "o que [o presidente russo Vladimir] Putin está pedindo é uma paz permanente" e observou que o acordo de paz que está sendo preparado, entre outras coisas, diz respeito a "esses chamados cinco territórios".
As declarações foram recebidas com críticas do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky: "Somente o povo da Ucrânia pode falar sobre o território de nosso Estado. E vocês sabem quais são as linhas vermelhas para nós: reconhecer qualquer território não como território ucraniano, mas como russo", declarou.
- A Crimeia foi reunificada com a Rússia em março de 2014, depois que 96,77% da população da península votou a favor de se tornar mais um súdito da Federação Russa.
- As Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e as províncias de Zaporozhie e Kherson se juntaram à Rússia após consultas populares em 2022.
- A Rússia deixou claro várias vezes que os novos territórios são parte integrante da Rússia e descartou a possibilidade de abandoná-los.
- A Ucrânia, assim como seus aliados ocidentais, não reconheceu os resultados das consultas.